quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Seminário discute formação presbiteral no Brasil

“Em momentos de crise e de incompreensões da pessoa do presbítero e do seu ministério, é decisivo um olhar atento para a vocação de Jesus”, disse o arcebispo de Palmas (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, na abertura do 2º Seminário sobre a Formação Presbiteral, que teve início ontem, 20.
O evento é realizado em Aparecida (SP) e reúne aproximadamente 200 participantes entre formadores, professores, psicólogos, diretores espirituais, formandos, bem como seminaristas, bispos dos regionais responsáveis pelas vocações sacerdotais.
A proposta do Seminário, que prosseguirá até sábado, 25, é refletir, à luz da Palavra de Deus e dos Documentos do Concílio Vaticano II, sobre a formação dos seminaristas na perspectiva humana e cristã, a partir do  tema  “Presbíteros segundo o Coração de Jesus para o mundo de hoje” e lema “Corramos com perseverança com os olhos fixos em Jesus” (Hb 12, 1-2). O objetivo principal é contribuir com ações efetivas na formação presbiteral.
Para dom Pedro Brito, formar ministros do evangelho nunca foi tarefa fácil, independentemente da pessoa e da época. “O próprio Jesus teve que enfrentar a desconfiança de Natanael, a mania de grandeza dos filhos de Zebedeu, as tempestivas reações de Pedro, a intolerância religiosa de Tiago e João, a dúvida de Felipe, as rebeldias de Judas e a descrença de Tomé e formá-los para o discipulado missionário”, comentou. Para o bispo, a Igreja deve no discurso vocacional recuperar a dimensão cristocêntrica, pois é a pessoa de Jesus que está no centro de qualquer discurso vocacional.
Ao fazer referência ao tema do Seminário, enfatizou que a Igreja enfrenta dificuldades para formar presbíteros segundo o coração de Jesus. Para ele “o presbítero é um homem cujo coração deve ser, a exemplo do coração de Cristo, transpassado pelas dores e alegrias, tristezas e angústias do seu povo”.
Realidade
Atualmente, o Brasil conta com 5.548 seminaristas em formação na Filosofia e Teologia. Nesta perspectiva, o encontro quer colaborar na reflexão sobre o processo formativo dos futuros padres. “Estamos aqui para, juntos, formadores e formandos, partilharmos nossas angústias e preocupações, nossas alegrias e esperanças, com os olhos fixos em Jesus, pois a Ele devemos crer imitar e seguir na arte de formar ministros do Evangelho”, concluiu.
De acordo com o presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib), padre Domingos Barbosa Filho, é necessário construir um processo formativo dinâmico, participativo e dialogal, capaz de responder às exigências do Evangelho. Para o padre, há um equívoco quando se diz que o sacerdócio está em crise. “Em crise não está o sacerdócio corretamente entendido. Enquanto tal é eterno e pertence a Cristo que não conhece nenhuma crise. Em crise está o homem, em crise estão as suas escolhas”, disse.

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