Diocese de Afogados da Ingazeira debate desmatamento e exploração de recursos naturais no Pajeú

Seminário, com o título "A Caatinga, Guardiã da Água", ocorreu dentro da 13ª Semeia (Semana do Meio Ambiente).

Diocese de Salgueiro inicia preparativos para Assembleia Diocesana de Pastoral

Preparativos têm início com Assembleia na Área Pastoral São Marcos.

Na solenidade de Corpus Christi, dom Fernando Saburido convida fiéis a serem “Eucaristia” para o próximo

Celebração foi realizada na quinta-feira, 04, na Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo – Sé de Olinda/PE.

Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió, recebe alta médica

Dom Antônio foi internado para cirurgia cardíaca realizada dia 20 de maio.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

MESA REDONDA SOBRE A CF 2015 REUNE BISPOS, PADRES, RELIGIOSOS E LEIGOS


A noite da sexta-feira, 20 de fevereiro, foi bastante rica para todos que participaram da mesa redonda com palestras e debates a cerca da Campanha da Fraternidade 2015.

Inicialmente, Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo da Diocese de Palmeira dos Índios acolheu a todos os presentes, falando sobre a importância da Campanha da Fraternidade e sobre o quanto é salutar aprofundar os conhecimentos a respeito de tudo que envolve o Tema: FRATERNIDADE: IGREJA E SOCIEDADE e o Lema: “Eu vim para servir” (Mc 10, 45).

Num segundo momento, o professor doutor Alberto Vivar Flores fez uma abordagem geral com foco na situação atual e no que se espera de uma atuação missionária, evangelizadora e concreta na vida das pessoas.

Em seguida, o professor mestre José Antônio Faro, teceu comentários relacionados à palestra do professor Vivar Flores e acrescentou um conteúdo que aprofundou o debate.

Finalizando, todos os presentes tiveram a oportunidade de intervir, perguntar ou acrescentar algo a tudo que foi abordado.

Bispos, sacerdotes, leigos e representantes de instituições fizeram uso da palavra, tornando a noite bastante proveitosa.


Após o término, todos se confraternizaram, num momento de troca de conhecimentos, reencontros e vivência da fraternidade.

No sábado (20), aconteceu a Celebração de Abertura da Campanha da Fraternidade 2015.



Estiveram reunidos bispos, padres e uma grande porção do povo de Deus, de quatro estados (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), totalizando 21 dioceses.

O Ginásio Poliesportivo de Palmeira dos Índios ficou lotado e juntos bispos, padres, religiosos e leigos, vivenciaram a alegria de ter a Santa Eucaristia celebrada num momento muito especial.
                        
Inicialmente, aconteceu a entrada das bandeiras e em seguida quatro apresentações, uma de cada estado do Regional Nordeste 02. Foram homenageados os mártires do Rio Grande do Norte, o Padre Ibiapina da Paraíba, Dom Hélder Câmara de Pernambuco e Frei Damião de Alagoas.
                        
Após as apresentações, aconteceu a entrada das imagens dos padroeiros de dezenas de comunidades, destacando a religiosidade de um povo que tem na fé a força para vencer obstáculos como a seca, a falta de dinheiro e as injustiças sociais.
                        
Iniciou-se então a Santa Missa, que foi presidida por Dom Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife/PE e Presidente do Regional Nordeste 02 da CNBB e concelebrada pelos demais bispos do Regional.
                        
A homilia foi feita pelo Bispo de Palmeira dos Índios, Dom Dulcênio Fontes de Matos, que destacou a importância da missão e da vivência real do Tema e do Lema da Campanha da Fraternidade 2015.
                        
Antes da bênção final aconteceram outros momentos também importantes. Primeiro, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Guarabira/PB, Secretário do Regional Nordeste 2 da CNBB e Bispo referencial para as campanhas, apresentou os sacerdotes responsáveis pelas campanhas da CNBB em cada uma das 21 dioceses.
                        
Num segundo momento, o Padre Wendel Assunção, Pároco da cidade de Paulo Jacinto e um dos organizadores do evento, discursou agradecendo e demonstrando sua alegria com todos momentos vivenciados na Abertura da CF 2015.
                        
Por último, a Diocese de Palmeira dos Índios prestou uma homenagem aos 21 bispos, presenteando-os com um belo quadro com o brasão de cada diocese.
                       
Após a bênção final as caravanas retornaram felizes com a grandiosidade do evento. Segundo Maria Martins, paroquiana de Palmeira dos Índios, “foi uma missa muito linda. Fazia tempo que eu via algo tão organizado, tão emocionante. É a força da nossa Igreja que fortalece nossa fé e nos leva à missão.”

                       
Fiéis dos quatro setores da Diocese de Palmeira dos Índios estavam presentes, além de representações das demais vinte dioceses do Regional Nordeste 02 da CNBB.



Fonte: Pastoral da Comunicação – Diocese de Palmeira dos Índios/AL

REUNIÃO DO CONSER ACONTECEU EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS



A Diocese de Palmeira dos Índios sediou na última semana, nos dias 19 e 20 de fevereiro, a Reunião do CONSER (Conselho Episcopal Regional).

Estavam presentes, bispos dos quatro estados que compõem o Regional Nordeste 02 da CNBB (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas).

A reunião foi presidida por Dom Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife/PE e Presidente do Regional Nordeste 02 da CNBB, sendo assessorado por Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, Bispo de Campina Grande/PB e vice-presidente do Regional Nordeste 02 e por Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Guarabira/PB e Secretário do Regional Nordeste 02.

Diversos assuntos foram abordados, entre eles: a Campanha da Fraternidade 2015, as atividades de evangelização de cada diocese, assuntos administrativos do Regional e outros temas que influenciam na vida do povo de Deus e no pastoreio.

Um dos assuntos destacados foi a situação dos romeiros, que viajam em caminhões denominados “paus de arara”, correndo diversos riscos “em nome da fé.” Para discutir este assunto os bispos receberam a visita de três membros da Polícia Rodoviária Federal que explicaram os riscos, o que diz a lei e esclareceram as dúvidas do episcopado.

Cada bispo fez suas considerações e ao final, todos se comprometeram a ajudar de alguma forma para que o transporte em “paus de arara” seja totalmente substituído por ônibus, dando mais segurança e conforto ao povo de fé que durante todo o ano faz suas romarias.

No último momento da Reunião do CONSER, foi feito um resumo dos assuntos e todos se confraternizaram, falando do quanto foi proveitosa a reunião e ressaltando a forma acolhedora com a qual o bispo anfitrião, Dom Dulcênio Fontes de Matos recebeu a todos os irmãos de episcopado.

Para Dom Dulcênio, “acolher os bispos do Regional Nordeste 02 na Diocese de Palmeira dos Índios, é abrir as portas da casa do povo de Deus para receber os pastores, designados por Jesus, para conduzir rebanhos em cada diocese.”

Fonte: Pastoral da Comunicação – Diocese de Palmeira dos Índios/AL

CF 2015: COLETA NACIONAL DA SOLIDARIEDADE


Pão e Justiça para todas as Pessoas 


domingo, 22 de fevereiro de 2015

Arquidiocese de Olinda e Recife acolhe Dom Antônio Tourinho


A Igreja particular de Olinda e Recife acolheu na tarde deste domingo (22), seu novo Bispo auxiliar, Dom Antônio Tourinho. Boa parte do Episcopado/Clero da Província de Olinda e Recife e outras localidades concelebraram juntamente com Dom Fernando Saburido, na Missa que ocorreu na Basílica do Sagrado Coração de Jesus (salesianos) centro do Recife.

Diversas autoridades acompanharam a Celebração além de milhares de fiéis que se apertaram dentro da igreja para saudar Dom Antônio Tourinho. Diversas caravanas de Jequié, cidade natal do novo bispo, estiveram presentes na Celebração que ficou marcada pela emoção e alegria.

No início da Celebração, Dom Fernando Saburido recebeu das mãos de Dom Antônio, a Bula Papal em que foi publicada sua nomeação para ocupar o posto de Bispo auxiliar de Olinda e Recife.  O documento foi lido pelo vice-chanceler da Arquidiocese, Pe. Moisés Ferreira, e posteriormente, seguiu-se a Celebração.

Dom Fernando agradeceu aos presentes e novamente desejou as boas vindas ao novo irmão no Episcopado. Em sua homilia ele enfatizou a importância do serviço que Dom Antônio prestará e do “sim” que ele deu a Igreja de Olinda e Recife. Dirigindo-se aos pais do novo Bispo auxiliar bem como, ao povo de Jequié, afirmou que na Arquidiocese Dom Antônio encontrará uma nova família e que por isso, todos podem ficar tranquilos.

Em um discurso longo e cheio de emoção, Dom Antônio agradeceu a todos os presentes, com ênfase aos seus conterrâneos e família. Falou de sua nova responsabilidade na Arquidiocese e da calorosa recepção do povo pernambucano. Agradeceu ainda a Dom Fernando e especialmente a Deus pela nova missão que acaba de aceitar.  


Dom Antônio agora assume o lugar de outros importantes Bispos auxiliares que passaram pela Arquidiocese, como Dom José Lamartine e o próprio Dom Fernando Saburido que auxiliou Dom José Cardoso entre 2000 e 2005 e, depois de um período como Bispo de Sobral-CE, o sucedeu.       

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Diocese de Guarabira: Romaria do Padre Ibiapina reúne mais de 20 mil peregrinos


Romaria ao Santuário de Santa Fé, no município de Solânea-PB, reuniu mais de 20 mil pessoas, na tarde da última quinta-feira (19). O evento marcou os 132 anos de falecimento do Pe. Ibiapiana. 

Durante todo o dia diversas celebrações aconteceram e à tarde o Bispo de Guarabira, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena presidiu a Santa Missa. Participaram mais de 32 padres da Diocese de Guarabira e de vários outros Estados nordestinos.

O Pe. Ibiapina, cujo processo de beatificação tramita no Vaticano, viveu no século XIX. Estava com 47 anos quando foi ordenado sacerdote e percorreu a pé e a cavalo os sertões nordestinos, onde fundava casas de caridade, acolhia órfãos e viúvas, construía Igrejas, como as de Bananeiras e Pilões, na Paraíba, e cemitérios para que os pobres fossem enterrados.

Na grande seca de 1877, quando ele já residia em Arara, não deixou que os pobres morressem de sede. Na pequena propriedade havia um açude que fornecia água para a população. “Achavam que ele estava louco”, nos conta o padre belga José Floren, atual Reitor do Santuário, pelo fato de continuar dando comida e água à população.Quando sugeriram que interrompesse o atendimento ele disse que preferiria morrer com os pobres. “Depois disso, era perto da festa da Conceição, começou uma grande chuva, após três longos anos de seca”, nos conta o Pe. Floren.

“O programa da Caridade é morrer com os pobres  sequiosos e famintos, e não de vê-los morrer à sede a fome. Essa é a lei fundamental da Caridade”, afirmou o Pe. Ernando Teixeira, historiador, numa referencia à missão do Pe. Ibiapina.

Ontem em Santa Fé, Dom Lucena, Bispo de Guarabira, assinalou que, em momentos de grande seca como a que estamos vivenciando, a mensagem de Ibiapina é mais e mais presente: a solidariedade para com os pobres e a necessidade de preservarmos a natureza.

Na opinião do Pe, Cristiano Mufller, que viajou mais de 900 quilômetros para participar da peregrinação, o Pe. Ibiapina foi um homem à frente de seu tempo. “Ele compreendeu como poucos a mensagem do Evangelho, pois viveu com os pobres, os ajudou e ensinou a libertação. Quando os pobres não tinham onde ser enterrados, pois os ricos eram sepultados nas Igrejas, fez mutirões e construiu cemitérios”, concluiu. O Pe. Cristiano, atualmente residindo em Salvador, foi um dos fundadores da Diocese de Guarabira, ao lado de Dom Marcelo Carvalheira.

O Pe. Ibiapina morreu em 19 de fevereiro de 1883 e seu corpo está sepultado na capela da Casa de Caridade, por ele construída, em Santa Fé. O processo de beatificação está em curso e o mesmo poderá ser beatificado em 2017, quando da visita do Papa Francisco ao Brasil.

PADRE IBIAPINA

[...] Ibiapina foi realmente uma enorme força moral a serviço da Igreja e do Brasil. [...] exemplos como o do padre Ibiapina – que,  sozinho, fundou e organizou vinte casas de caridade nos sertões do Nordeste – se impõem aos brasileiros como grandes valores morais. [...]
                               Gilberto Freyre, O exemplo de Ibiapina, prefácio do livro de Celso Mariz, Ibiapina, um apóstolo do Nordeste, 1980 
José Antônio Pereira Ibiapina nasceu no dia 5 de agosto de 1806, em Sobral, Ceará, filho de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus.
Com a mudança da família para Icó, em 1816, passou a estudar na escola particular do professor José Felipe, iniciando assim sua educação formal.
Agricultor em Sobral, seu pai foi exercer a função de tabelião público em Icó, sendo convidado, em 1919, para ocupar o mesmo cargo na  Comarca do Crato, onde Ibiapina frequentou aulas de religião com o vigário José Manuel Felipe Gonçalves.
Na cidade de Jardim, Ceará, estudou latim com o mestre Joaquim Teotônio Sobreira de Melo e terminou o curso de humanidades, sendo então considerado apto para o Seminário de Olinda, em Pernambuco, onde ingressou em 1823, aos 17 anos de idade, com o objetivo de se tornar padre.
Com a morte do pai – fuzilado em praça pública, no dia 7 de maio de 1825, em Fortaleza, por ter participado da revolução conhecida como Confederação do Equador – Ibiapina teve que voltar ao Ceará para assumir e manter financeiramente a família, tendo que interromper seus estudos.
Segundo alguns pesquisadores, foi nessa época que ele adotou o sobrenome Ibiapina, uma homenagem do pai à povoação de São Pedro de Ibiapina, assim como outros confederados o fizeram, homenageando outros locais da região.
Em 1828, matriculou-se novamente no Seminário de Olinda, sendo aprovado para o curso de Ciências Jurídicas e Sociais de Pernambuco, passando a morar no Mosteiro de São Bento, em Olinda. Após uma brilhante trajetória, formou-se em Direito, bacharelando-se no final de 1832.
Após a conclusão do curso, seu nome foi indicado para ser professor de Direito Natural, por proposta unânime da congregação dos professores. Para aproveitar o período de férias escolares viajou então para rever a família e amigos no Ceará, ocasião em que conheceu Carolina Clarence, por quem se apaixonou, marcando casamento para o próximo período de férias.
Estava no exercício do magistério como professor substituto de Direito Natural na faculdade de Olinda, quando foi eleito Deputado Geral, para representar o Ceará na Assembléia Legislativa Nacional, no Rio de Janeiro.
Depois do encerramento do ano letivo, viajou para Fortaleza com o objetivo de casar e resolver sua nova moradia no Rio de Janeiro. Ao chegar, no entanto, constatou que sua noiva havia fugido e casado com o primo Antônio Sucupira.
Em dezembro de 1834, após ó encerramento do período legislativo no Rio de Janeiro, volta à Fortaleza, sendo nomeado Juiz de Direito e Chefe de Polícia da Comarca de Campo Maior (hoje Quixeramobim), no Ceará.
Em 1835, retorna ao Rio de Janeiro para reassumir o parlamento como deputado, onde permaneceu até 1837, ano em que desistiu da vida política, passando a exercer a advocacia no Recife.
Em 1838, foi convidado a advogar na Vila Real do Brejo de Areia, na Paraíba, fixando residência permanente no Recife somente a partir de 1840, quando instalou um escritório de advocacia, no Pátio do Carmo, tendo advogado na cidade por dez anos. Foi considerado um dos mais conceituados advogados do Recife e conhecido como defensor dos pobres.
A partir de 1850, no entanto, resolveu abandonar a carreira e passou a morar numa pequena casa no sítio Caxangá, no Recife. Dedicou-se a rezar, meditar, estudar teologia e filosofia, além de fazer caridade. Três anos depois, resolveu seguir o sacerdócio, ordenando-se em julho de 1853, aos 47 anos de idade, como Padre Ibiapina .
Celebrou sua primeira missa na Igreja da Madre de Deus, no Recife. Foi nomeado vigário geral e doou tudo que possuía demonstrando o desapego aos bens materiais. Seus livros de Direito foram doados ao curso jurídico de Olinda
Em 1854, por decreto Imperial, foi nomeado lente de Eloquência Sagrada do Seminário de Olinda, tornando-se professor de História Sagrada e Eclesiástica da instituição, em janeiro de 1855. No dia 8 de dezembro desse mesmo ano, alterou seu nome para José Antônio de Maria Ibiapina, em homenagem à Imaculada Conceição de Maria.
Em 1866, foi nomeado Visitador Diocesano da Paraíba com a tarefa de visitar e supervisionar as atividades da Igreja católica naquela província.
Foi então que ele, aos 60 anos de idade, deixou sua carreira de professor  para começar seu trabalho missionário, percorrendo mais de 600 km pelas províncias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Sempre de batina, a pé ou a cavalo, pregava, aconselhava e levava o conforto por meio da palavra para o povo sofrido do sertão nordestino.
Organizou missões, construiu capelas, igrejas, açudes, cacimbas, poços, cemitérios, hospitais e chegou a fundar mais de vinte Casas de Caridade para moças órfãs carentes, onde elas recebiam educação religiosa e moral, aprendiam a ler, escrever e trabalhos domésticos, além de terem assistência à saúde.
Uma de suas máximas espirituais era: Depois do temor a Deus, o meio mais poderoso que tem o pai e a mãe de família para conservar a família em boa moral, na obediência e ordem regular, é o trabalho constante e forte.
Para alguns pesquisadores ele está incluído na categoria dos iluminados, pessoas que sempre lutaram por um ideal de trabalho e fé. Foi ponte entre a Igreja e o povo pobre do Nordeste brasileiro, construindo uma obra missionária significativa e respeitada, partilhando água, alimento e abrigo com doentes, mendigos e retirantes, levando sempre uma palavra de conforto para aqueles que precisavam.
O Padre Ibiapina faleceu no dia 19 de janeiro de 1883, na Casa de Caridade Santa Sé, na Paraíba.

Fonte: PASCOM GUARABIRA 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"A Igreja deve ser atuante e sem medo", afirma dom Leonardo Steiner na abertura da CF 2015

“Por ser Igreja, todo batizado é povo de Deus, está ali no meio da sociedade, no meio de todas as pessoas, ajudando na transformação, pessoas que levam os valores do Evangelho, levam os valores do Reino", disse o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, durante a abertura da Campanha da Fraternidade 2015, ocorrida hoje, 18, na sede da instituição, em Brasília.  Na ocasião, foi lida a mensagem do papa Francisco à Igreja no Brasil por ocasião da CF 2015 e da Quaresma. Francisco faz uma reflexão sobre o tema da Campanha, “Fraternidade: Igreja e sociedade”, e o lema, “Eu vim para servir".
 Em sua fala, dom Leonardo Steiner recordou que a CF 2015 resgata dois importantes documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II, encerrado há 50 anos: a Constituição Dogmática Lumen Gentium e a Constituição Pastoral Gaudium et Spes. 
Outro aspecto ressaltado por dom Leonardo a respeito dos objetivos da CF 2015 é a postura da Igreja e dos cristãos na sociedade como “presença viva de Jesus”. Ele desejou que a iniciativa da CNBB ajude o povo brasileiro a ser uma “Igreja atuante e sem medo, que dá o rosto, dá os valores, o que tem de melhor”.
O secretário geral da CNBB pediu, ainda, aos cristãos "atuantes e desejosos de transformação" para se engajarem na Campanha pela Reforma Política e Democrática. Informou que alguns bispos assumiram como ação concreta da CF 2015 o recolhimento de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. 
Na linha da promoção da pessoa, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, recorreu ao tema para afirmar que o Estado deve estar à serviço da sociedade, contribuindo para a “emancipação das pessoas”, a fim de que sejam “sujeitos de suas próprias vidas e histórias”. Ao lembrar uma passagem do Evangelho de São Lucas, em que Jesus exorta os discípulos para que o que governa “seja como o servo”, o ministro apresenta uma dimensão da política. “Estas palavras de Jesus nos colocam em face das relações  humanas e, por conseguinte, da política. Aqui a política emerge como serviço às pessoas, à sociedade, especialmente aos mais pobres, lembrando sempre a opção preferencial que a Igreja fez pelos pobres”, ressaltou.
Com desejos de uma campanha “frutífera, profética e de muito anúncio e promoção do diálogo e da Paz”, a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Bencke, afirmou que a temática proposta desafia as igrejas a adotarem uma “ética global de responsabilidades” que fortaleça os direitos dos povos, privilegie a solidariedade internacional e supere os egoísmos confessionais e nacionais. “Liberdade, direito, razão e dignidade humana fazem parte do nosso papel missionário e o tema deste ano nos ajuda a refletir sobre esse nosso papel enquanto igrejas e religiões”, disse.
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícios Furtado Coelho, destacou o refrão do hino da CF 2015. “A luta por dignidade, por justiça e por igualdade é o elo que deve nos unir”, disse. Para ele a igualdade não se dá apenas no tratamento formalmente igualitário de todos perante a lei, “mas por uma igualdade concreta, que se visualiza na proteção do mais necessitado, no acolhimento do mais pobre, que são medidas necessárias e urgentes para que possamos ter uma igualdade real, uma igualdade de fato”.
O advogado também falou sobre a iniciativa pela Reforma Política Democrática. “Esta coalizão, integrada por quase 100 entidades da sociedade, parte do pressuposto de que a reforma política passa, necessariamente, por mudanças nas regras eleitorais, sobretudo no tocante ao seu financiamento, por melhoria na representação do povo nos postos políticos, pelo fortalecimento da democracia participativa, por meio dos preceitos constitucionais do plebiscito, referendo e projeto de lei de iniciativa popular”, informou.
Mensagem do papa
Em mensagem enviada à Igreja no Brasil, o papa Francisco recordou a Constituição Lumen Gentium e afirmou que a Igreja, enquanto “‘comunidade congregada por aqueles que, crendo, voltam o seu olhar a Jesus, autor da salvação e princípio da unidade’, não pode ser indiferente às necessidades daqueles que estão ao seu redor”. Num recorte da Gaudium et Spes, salientou que “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”.
No período da Quaresma, o papa Francisco propôs um exame de consciência para que, a partir de sua Doutrina Social, a Igreja realize suas tarefas prioritárias “que contribuem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o bem do ser humano”. Francisco também destacou a necessidade do envolvimento de todos os cristãos. “É preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados. Lembremo-nos que cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integra-se plenamente na sociedade, isto supõe estar atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-los”, escreveu.

Programa Igreja no Brasil

Edição nº 92 do programa da CNBB. 



Papa Francisco envia mensagem para Campanha da Fraternidade 2015

Por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2015, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta Quarta-feira de Cinzas, 18, o papa Francisco enviou mensagem, na qual destaca que o tempo quaresmal é propício para a vivência dos sentimentos de fraternidade e cooperação.
No texto, o papa Francisco fala da importância da contribuição da Igreja no respeito à laicidade do Estado, sem esquecer a autonomia das realidades terrenas, conforme motiva a Doutrina Social, em vista do bem do ser humano. "Cada um deve fazer a sua parte, começando pela minha casa, no meu trabalho, junto das pessoas com que me relaciono. E de modo concreto, é preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados", disse Francisco.
Ao final da mensagem, o papa cita, ainda, o lema da CF 2015, "Eu vim para servir", recordando as palavras de Jesus. "Queridos irmãos e irmãs, quando Jesus nos diz 'Eu vim para servir', no ensina aquilo que resume a identidade do cristão: amar servindo. Por isso, faço votos que o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas da Campanha da Fraternidade, predisponha os corações para a vida nova que Cristo nos oferece, e que a força transformadora que brota da sua Ressurreição alcance a todos em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural e fortaleça em cada coração sentimentos de fraternidade e de viva cooperação. A todos e a cada um, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, envio de todo coração a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim", disse.  
Confira aqui a íntegra da mensagem do papa. 

Diocese de Palmeira dos Índios sedia abertura da Campanha da Fraternidade do Regional NE2 da CNBB


Por *Márcio Queiroz


No dia 21 de fevereiro, sábado, a partir das 08h da manhã, no Ginásio Poliesportivo em Palmeira dos Índios-AL, acontecerá a abertura da Campanha da Fraternidade 2015.

O evento contará com a presença de fiéis oriundos de 04 estados (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), totalizando 21 dioceses.

Em sua 52.ª edição a Campanha da Fraternidade, será lançada oficialmente pelo Papa Francisco, na quarta-feira de cinzas, dia 18 de fevereiro, através dos meios de comunicação.

O tema abordado este ano é FRATERNIDADE: IGREJA E SOCIEDADE; e o Lema é: “Eu vim para Servir” (Mc10, 45).

Segundo a CNBB, “a Campanha da Fraternidade visa despertar e nutrir o espírito comunitário e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum, educando para a vida fraterna, a justiça e a caridade, exigências éticas centrais do evangelho”.

A cada ano os Regionais da CNBB escolhem uma diocese para sediar a abertura da Campanha. Em Palmeira dos Índios, além do principal momento que será a Santa Missa de abertura, os 21 bispos já estarão reunidos na quinta-feira, 19 de fevereiro; e no dia 20 de fevereiro, haverá pela manhã, uma entrevista coletiva com o Presidente do Regional Nordeste 2 da CNBB, Dom Fernando Saburido e à noite, acontecerá um importante momento com palestras e debates tendo a participação de bispos, sacerdotes, religiosos, teólogos e leigos representantes de diversas instituições.

Desde o final de 2014, uma comissão foi criada pelo Bispo Diocesano Dom Dulcênio Fontes de Matos para organizar o evento e mobilizar as instituições e os fiéis.

Maiores informações sobre o evento podem ser obtidas através do telefone (82) 9669-9018 ou pelo emailpascompalmeira@hotmail.com .

*Márcio Queiroz é membro da Pastoral da Comunicação da Diocese de Palmeira dos Índios.

Hino da Campanha da Fraternidade 2015

 Conheça o hino da Campanha da Fraternidade 2015. 


Artigo: Bem finito


            A falta de água tem uma repercussão muito grande na vida das pessoas, das comunidades, dos rebanhos e da agricultura. Apesar de ser um problema histórico na Região Nordeste, nunca foi resolvido, por razões conhecidas – interesse de grupos políticos e econômicos, inconsistência das políticas públicas e acomodação da população. No momento, a sociedade brasileira está se dando conta, de uma forma mais atenta, do que representa o preocupante problema da estiagem que atinge a Região Sudeste do país; as razões para esse olhar coletivo sobre a escassez hídrica no Sudeste são evidentes: a localização, a população atingida, a consequência social e econômica. O Sudeste é o epicentro da economia nacional, porque lá estão sediados os grandes aglomerados da indústria, do comércio e dos serviços. A população, além de muito numerosa, está concentrada em metrópoles e cidades de grande, médio e pequeno porte. As consequências sociais são visíveis aos olhos das pessoas e das lentes da mídia; os efeitos econômicos têm seu registro na contabilidade das empresas e no custo de vida da população. Nesse sentido, a repercussão da estiagem, pelos seus múltiplos efeitos, vai além dos limites geográficos dos Estados afetados, passando a ter uma dimensão nacional. Na verdade, esse fenômeno é novo para a população dessa Região porque, nessa matéria, quem vive no Nordeste conhece essa experiência de sofrimento crônico.

A CNBB colocou o problema da água no centro de uma discussão coletiva, em muitos plenários da sociedade brasileira, em algumas Campanhas da Fraternidade. Assim o fez em 2004 – “Fraternidade e água”. Fundamentada em estudos climáticos e em dados estatísticos, a CF mostrou que a humanidade está diante de um “bem finito”, um bem que pode acabar, devido ao “uso múltiplo das águas.” Nenhum desses usos – irrigação, industrialização, produção energética e outros -, pode ter primazia sobre sua “destinação universal.” Em qualquer circunstância ou situação, a água é um elemento indispensável à vida. “Nenhum outro uso da água, nenhum interesse de ordem política, de mercado e de poder, pode se sobrepor às leis básicas da vida.” Na CF de 2007, com o tema “Fraternidade e Amazônia”, trouxe essa importante informação sobre a Amazônia: “Está lá também cerca de 10% de toda a água doce do planeta, espalhada em rios, lagos, igarapés.” A propósito do uso da água alertou: “A privatização das águas já começou, e um descuido a mais pode significar que só terão acesso a elas os que tiverem dinheiro!” A CNBB retoma esse tema, na CF de 2011, “Fraternidade e a Vida no Planeta”; citando uma resolução da ONU, considera a água e o saneamento básico como “direitos humanos essenciais.” Ao tratar da gestão dos “bens hídricos”, chama a atenção para a necessidade da participação de todos, sendo “indispensável a revisão dos usos da água doce e dos desperdícios, colocando no centro o direito humano, de todos os animais e da própria terra.” Por certo, a população dos Estados da Região Sudeste, atingidos pela estiagem, faria hoje uma leitura diferente dessas Campanhas da Fraternidade, precisamente, por estar agora diante de uma experiência de efetiva falta de água.

A solução desse problema, necessariamente, exige a adoção de medidas adequadas. Isso começa por um processo de mentalização das pessoas em relação à compreensão do valor da água, um bem essencial; na mesma linha, há a necessidade de uma mudança no comportamento das famílias, das instituições sociais e das administrações públicas, no que diz respeito a esse bem finito, do contrário o seu desperdício e o seu uso indiscriminado agravarão o estado atual da insuficiência ou falta de água em muitos países. Diante de uma situação de fato - o desperdício da água, nenhum governo pode ser cúmplice, nenhuma empresa pode ser omissa, nenhuma pessoa pode ser neutra.

                                                       
    Dom Genival Saraiva

              Bispo emérito de Palmares - PE

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Papa Francisco fala aos cardeais sobre a caridade

O papa Francisco criou no último sábado, 14 de fevereiro, durante o Consistório Ordinário Público, na Basílica Vaticana, 15 novos cardeais eleitores e 5 eméritos. Os futuros cardeais anunciados são de diferentes países da Europa, Ásia, América, África e Oceania. A celebração foi acompanhada pelo papa emérito Bento XVI.
Em sua homilia, Francisco falou sobre o hino da caridade da primeira carta de São Paulo aos Coríntios e recordou aos cardeais que “a caridade deve presidir sempre seu ministério”. Leia, na íntegra, a homilia do papa Francisco.

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Sábado, 14 de fevereiro de 2015
Amados Irmãos Cardeais!

A dignidade cardinalícia é certamente uma dignidade, mas não é honorífica. Assim no-lo indica o próprio nome – «cardeal» –, que evoca a «charneira», a junção cardinal, principal; não se trata, portanto, de algo acessório, decorativo que faça pensar a uma honorificência, mas de um eixo, um ponto de apoio e movimento essencial para a vida da comunidade. Vós sois «junções cardinais» e estais incardinados na Igreja de Roma, que «preside à universal assembleia da caridade» (CONC. ECUM. VAT. II, Const. dogm. Lumen gentium, 13; cf. SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA, Carta aos Romanos, Prólogo).
Na Igreja, toda a presidência provém da caridade, deve ser exercida na caridade e tem como fim a caridade. Também nisto a Igreja que está em Roma desempenha uma função exemplar: assim como ela preside na caridade, assim também cada Igreja particular é chamada, no seu âmbito, a presidir à caridade e na caridade.
Por isso, penso que o «hino à caridade» da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (cap. 13) possa constituir a palavra-orientadora para esta celebração e para o vosso ministério, de modo particular para aqueles de vós que hoje passam a fazer parte do Colégio Cardinalício. E far-nos-á bem – a começar por mim e vós comigo – deixarmo-nos orientar pelas palavras inspiradas do apóstolo Paulo, nomeadamente quando refere as características da caridade. Venha em nossa ajuda, nesta escuta, a Virgem Maria, nossa Mãe. Deu ao mundo Aquele que é o «caminho que ultrapassa todos os outros» (cf. 1 Cor 12, 31): Jesus, Caridade encarnada. Que Ela nos ajude a acolher esta Palavra e a seguir sempre por este Caminho; nos ajude com a sua conduta humilde e terna de mãe, porque a caridade, dom de Deus, cresce onde há humildade e ternura.
São Paulo começa por nos dizer que a caridade é «magnânima» e «benévola». Quanto mais se amplia a responsabilidade no serviço à Igreja, tanto mais se deve ampliar o coração, dilatando-se de acordo com a medida do coração de Cristo. Amagnanimidade é, em certo sentido, sinônimo de catolicidade: é saber amar sem limites, mas ao mesmo tempo fiéis às situações particulares e com gestos concretos. Amar o que é grande, sem negligenciar o que é pequeno; amar as coisas pequenas no horizonte das grandes, porque «non coerceri a maximo, contineri tamen a minimo divinum est». Saber amar com gestos benévolos. A benevolência é a intenção firme e constante de querer o bem sempre e para todos, incluindo aqueles que não nos amam.
Depois, o Apóstolo diz que a caridade «não é invejosa, não é arrogante nem orgulhosa». Isto é verdadeiramente um milagre da caridade, porque nós, seres humanos (todos, e em todas as idades da vida), sentimo-nos inclinados à inveja e ao orgulho por causa da nossa natureza ferida pelo pecado. E as próprias dignidades eclesiásticas não estão imunes desta tentação. Mas por isso mesmo, amados Irmãos, pode sobressair ainda mais em nós a força divina da caridade, que transforma de tal modo o coração que já não és tu que vives, mas Cristo que vive em ti. E Jesus é todo amor.
Além disso, a caridade «não falta ao respeito, não procura o seu próprio interesse». Estes dois traços revelam que, quem vive na caridade, se descentralizou de si mesmo. A pessoa que vive auto-centralizada, inevitavelmente falta ao respeito e, muitas vezes, nem se dá conta disso, porque o «respeito» é precisamente a capacidade de ter em conta o outro, a sua dignidade, a sua condição, as suas necessidades. Quem está auto-centralizado, procura inevitavelmente o seu próprio interesse, parecendo-lhe isso normal, quase um dever. Tal «interesse» pode inclusivamente apresentar-se amantado com nobres revestimentos, mas por debaixo está sempre o «próprio interesse». Ao contrário, a caridade descentraliza-te, situando-te no único verdadeiro centro que é Cristo. Então, sim, podes ser uma pessoa respeitadora e atenta ao bem dos outros.
A caridade, diz Paulo, «não se irrita, não leva em conta o mal recebido». Ao pastor que vive em contacto com as pessoas, não faltam ocasiões para se irritar. E o risco de se irritar é talvez ainda maior nas relações entre nós, irmãos, embora tenhamos efetivamente menos desculpa. Também disto é a caridade, e só a caridade, que nos liberta. Liberta-nos do perigo de reagir impulsivamente, dizer e fazer coisas erradas; e sobretudo liberta-nos do risco mortal da ira retida, «aninhada» no interior, que te leva a ter em conta os malefícios recebidos. Não. Isto não é aceitável no homem de Igreja. Entretanto se é possível desculpar uma indignação momentânea e imediatamente moderada, não se pode dizer o mesmo do rancor. Que Deus nos preserve e livre dele!
A caridade – acrescenta o Apóstolo – «não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade». Quem é chamado na Igreja ao serviço da governança deve ter um sentido tão forte da justiça que veja toda e qualquer injustiça como inaceitável, incluindo aquela que possa ser vantajosa para si mesmo ou para a Igreja. E, ao mesmo tempo, «rejubila com a verdade»: é uma bela expressão! O homem de Deus é alguém que vive fascinado pela verdade e que a encontra plenamente na Palavra e na Carne de Jesus Cristo. Ele é a fonte inesgotável da nossa alegria. Possa o povo de Deus encontrar sempre em nós a denúncia firme da injustiça e o serviço jubiloso da verdade.
Por fim, a caridade «tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta». Temos aqui, em quatro palavras, um programa de vida espiritual e pastoral. O amor de Cristo, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, permite-nos viver assim, ser assim: pessoas capazes de perdoar sempre; de dar sempre confiança, porque cheias de fé em Deus; capazes de infundir sempre esperança, porque cheias de esperança em Deus; pessoas que sabem suportar com paciência todas as situações e cada irmão e irmã, em união com Jesus, que suportou com amor o peso de todos os nossos pecados.
Amados irmãos, nada disto provém de nós, mas de Deus. Deus é amor e realiza tudo isto, se formos dóceis à ação do seu Santo Espírito. Eis então como devemos ser: incardinados e dóceis. Quanto mais estivermos incardinados na Igreja que está em Roma, tanto mais nos devemos tornar dóceis ao Espírito, para que a caridade possa dar forma e sentido a tudo o que somos e fazemos. Incardinados na Igreja que preside na caridade, dóceis ao Espírito Santo, que derrama nos nossos corações o amor de Deus (cf.Rom 5, 5). Assim seja.

“A Igreja está a serviço das pessoas”, diz dom Leonardo sobre a relação entre Igreja e sociedade, tema da CF 2015

Neste ano, são comemorados os 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, um dos eventos mais marcantes da Igreja no século XX. A reunião episcopal foi realizada de outubro de 1962 a outubro de 1965. No Brasil, eventos para celebrar o cinqüentenário vêm sendo realizados no último triênio. Para 2015, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe uma reflexão mais ampla sobre o Concílio, por meio da Campanha da Fraternidade (CF), que será aberta oficialmente, em âmbito nacional, na Quarta-Feira de Cinzas, 18 de fevereiro, às 10h45, com transmissão ao vivo pelas emissoras católicas de rádio e televisão.  O tema “Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir” abordam a relação entre a Igreja e a sociedade à luz da fé cristã e dos documentos do Concílio Vaticano II. 
De acordo com o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, o tema é bastante aberto e provoca uma “debate sobre a participação e atuação dos cristãos na vida social”.
O objetivo almejado pela CF 2015 é aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.
A Campanha também quer fazer memória ao caminho percorrido pela Igreja com a sociedade, para identificar e compreender os principais desafios da atualidade; apresentar os valores espirituais do Reino de Deus e da Doutrina Social da Igreja; apontar as questões desafiadoras na evangelização da sociedade e estabelecer parâmetros e indicadores para a ação pastoral; aprofundar a compreensão da dignidade da pessoa, da integridade da criação, da cultura da paz, do espírito e do diálogo inter-religioso e intercultural, para superar as relações desumanas e violentas.
Além disso, a Campanha propõe ainda buscar novos métodos, atitudes e linguagens na missão da Igreja de levar a Boa Nova a cada pessoa, cada família; atuar profeticamente, com base na evangélica opção preferencial pelos pobres, para um desenvolvimento integral da pessoa e a construção de uma sociedade justa e solidária.
Documentos que inspiraram a CF
A CF 2015 parte de dois pressupostos fundamentais para a vida cristã, também centrais no Concílio Vaticano II: a auto-compreensão da própria Igreja; e as implicações da fé cristã para o convívio social e para a presença da Igreja no mundo. O papa Paulo VI havia expressado isso em duas perguntas feitas na abertura da segunda sessão do Concílio: Igreja, que dizes de ti mesma? Igreja, dizei qual é a tua missão?
A proposta desta edição é baseada nas reflexões sugeridas pela Constituição Dogmática Lumen Gentium e na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, que tratam da missão da Igreja no mundo.
Conforme dom Leonardo, os presidentes das comissões pastorais da CNBB acharam muito importante ter uma campanha que abordasse esses dois documentos para estabelecer, portanto, uma reflexão entre a sociedade e a Igreja. “Essa Campanha procura lembrar que a Igreja está a serviço das pessoas, ela não quer privilégios. Até porque a Igreja é mais do que uma estrutura, ela é cada cristão, cada batizado, que está inserido na sociedade por meio do trabalho, das instituições e diversas ações. Queremos refletir essa presença da Igreja na sociedade”, destaca o bispo.
O documento conciliar Lumen Gentium (A luz dos povos) revela a auto-compreensão da Igreja, formada por todos os que aderem a Cristo pela fé no Evangelho e pelo batismo. Assim, mais do que uma instituição juridicamente estruturada, a Igreja é um imenso “povo de Deus”, presente entre os povos e nações de todo o mundo, não se sobrepondo, mas inserindo-se neles. 
A partir dessa visão, a Igreja passa a superar uma das grandes questões assumidas pelo Concílio, a visão dicotômica Igreja-mundo. Isto se desdobra no esforço da Igreja para abrir-se ao diálogo com o mundo; de estabelecer uma relação com as realidades humanas; acolher o novo e o bem; partilhar as próprias convicções; contribuindo para o bem comum e colocando-se a serviço do mundo.
Essa nova postura é expressa na Constituição Pastoral Gaudium et Spes (A alegria e a esperança), aprovada e promulgada em 1965, por Paulo VI, às vésperas do encerramento do Concílio. Neste texto aparece a visão cristã sobre o mundo e o homem, sua dignidade, existência e vocação, e ainda reflete sobre a comunidade humana e as relações sociais, o sentido do trabalho e da cultura e sobre a participação da Igreja enquanto povo de Deus inserido na sociedade, na promoção do bem de toda a comunidade humana.
Em seus pronunciamentos, o papa Francisco recorda sobre a importância da Igreja estar a serviço de seu povo. Fala de uma Igreja em saída, comunidade samaritana, e afirma que a Igreja não pode se omitir, nem abster de dar sua contribuição para a reta ordem ética, social, econômica e política da sociedade.
A Campanha da Fraternidade retoma então essas reflexões do Concílio, para propô-las novamente, no contexto brasileiro, durante o ano de 2015, especialmente no período quaresmal de preparação para a Páscoa.
Abertura
Em âmbito nacional, a cerimônia de abertura da CF 2015 ocorrerá na próxima quarta-feira, 18. Será transmitida ao vivo, diretamente da sede da CNBB, em Brasília, pelas emissoras católicas de rádio e televisão.  O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, presidirá o evento. Estarão presentes representantes do governo e de entidades da sociedade civil. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias de Sousa; o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coelho; e a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke, confirmaram presença.

Artigo - Quaresma: tempo de conversão para o serviço aos irmãos

Queridos irmãos e irmãs!
Na próxima quarta-feira, quarta-feira de cinzas, a Igreja inicia o Tempo da Quaresma e, aqui no Brasil, tem início a Campanha da Fraternidade. A Quaresma é um tempo de penitência e de reflexão sobre a necessidade de conversão que todos nós, cristãos e cristãs, temos para nos conformarmos mais e mais a Jesus Cristo, o Bom Pastor, Ele que veio para servir e não para ser servido (cf. Mc 10,45). É um tempo de preparar os corações para a grande celebração da Páscoa do Senhor, Ressurreição de Cristo e esperança da nossa ressurreição.
Na mensagem para a Quaresma, o Papa Francisco afirmou que este tempo favorável de graça, “é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele. O cristão é aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens” (PAPA FRANCISCO. Mensagem para a Quaresma de 2015). Neste ensinamento do Papa latino-americano, nosso Pontífice, encontramos refletido o objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e como lema: “Eu vim para servir (cf. Mc 10,45)”. No objetivo geral da Campanha da Fraternidade, encontramos expresso o sentido profundo da vida da Igreja e de todo cristão: “Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus”.
No serviço aos homens e às mulheres encontramos expresso para a sociedade o sentido de nossa missão. Assim como Jesus, somos enviados a proclamar o Reino de Deus que consiste, não em estruturas ou objetos, mas na mensagem de libertação para toda a criação de Deus. A Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus a serviço da sociedade, é chamada a proclamar ao mundo a esperança e a vitória da graça de Deus que nunca abandona o ser humano. Seremos verdadeiramente cristãos e cristãs se fizermos da experiência da fé, do discipulado e da missão não um entretenimento ou uma ponte para o nosso enriquecimento material ou exercício de poder, nem na busca dos próprios interesses mas, como bem nos ensina o Concílio Vaticano II, na Constituição pastoralGaudium et spes, no reconhecimento de que “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo (CONCÍLIO VATICANO II. Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo de hoje, Gaudium et spes, 1).
Vivamos, pois, com confiança este tempo quaresmal, participemos das reflexões da Campanha da Fraternidade e rezemos para que todos os membros da Igreja estejam “abertos e disponíveis para todos, para que possamos partilhar as dores e as angústias, as alegrias e as esperanças, e andar juntos no caminho do Reino de Deus” (MISSAL ROMANO.Oração eucarística VI – D).

Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Diocese de Guarabira: Comissão Diocesana da Pastoral da Comunicação

A nova Comissão Diocesana da PASCOM foi apresentada ao Bispo de Guarabira, Dom Lucena, na última quarta feira 11. 



O Padre José Arimateia acompanhará os trabalhos da comissão que é composta pelos seguintes integrantes: Alan Santos Galdino (Araçagi); José Eldení Alves França (Pirpirituba); Maria Liliane Soares da Silva (Lagoa de Dentro); Rafael Santos da Silva (Pilõezinhos);Vaniedna da Costa Xavier (Sertãozinho);Inara Neves Machado dos Santos (Bananeiras). 

Fonte: PASCOM Guarabira

Encontro Diocesano de Formação Litúrgica em Mossoró- RN

A equipe de Liturgia da Diocese de Mossoró se reuniu na última terça-feira, 10, para preparar a formação sobre a Semana Santa, que ocorrerá nos dias 21 e 22 de março. 

A Paróquia de São Manoel sediará o encontro, recebendo membros da pastoral litúrgica de toda a Diocese de Mossoró. Os agentes pastorais interessados devem procurar suas paróquias, que receberão as fichas e inscreverão os participantes.

Arquidiocese de Olinda e Recife: Novo Bispo auxiliar será acolhido no dia 22 de fevereiro

CONVITE BISPO FINAL_Page_1 (1)A Arquidiocese de Olinda e Recife prepara a cerimônia de acolhida e Posse do Ofício de bispo auxiliar de Dom Antônio Tourinho Neto. Os eventos serão realizados no domingo, 22 de fevereiro, às 15h30. A concelebração será na Basílica Sagrado Coração de Jesus, no bairro da Boa Vista, área central do Recife.
A acolhida, que contará com a presença de bispos, sacerdotes, religiosos, diáconos e seminaristas. Fiéis das 116 paróquias e autoridades civis participarão das celebrações. É aguardada uma comitiva da Diocese de Jequié (BA), onde Dom Antônio exercia o ministério sacerdotal. A expectativa é que 200 pessoas entre familiares e amigos do novo bispo auxiliar venham ao Recife. O bispo de Jequié, Dom José Ruy Gonçalves, será um dos concelebrantes.

Dom Antônio Tourinho Neto
O novo bispo auxiliar foi nomeado pelo papa Francisco no dia 28 de outubro. A sagração episcopal foi realizada  no dia 17 de janeiro na Catedral Santo Antônio, em Jequié.
Disposto ao serviço pastoral, o novo bispo conta com uma vasta experiência. Depois de se formar técnico em ciências contábeis, em 1982 o então Antônio Tourinho Neto ingressou no Seminário Central da Bahia onde cursou o bacharelado em Filosofia. O seminarista concluiu seus estudos teológicos no Instituto de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ele foi ordenado padre no dia 20 de janeiro de 1990.
Como sacerdote assumiu diversas funções na Diocese de Jequié no estado baiano, dentre elas juiz auditor da câmara eclesiástica, chanceler da cúria e coordenador regional das Fazendas da Esperança na Bahia, Sergipe e Alagoas. Atualmente, ele á pároco da Igreja de Cristo Rei e vigário geral da Diocese de Jiquié.

Acolhida e Posse Canônica do Ofício de bispo auxiliar de Dom Antônio Tourinho Neto
Local: Basílica Sagrado Coração de Jesus
Rua Dom Bosco, 551 – Boa Vista – Recife
Dia: 22 de fevereiro de 2015
Horário: 15h30

Da Assessoria de Comunicação AOR