Raríssima foto do casal Zélia e Jerônimo com alguns de seus
filhos
Por André Cunha - www.cancaonova.com
A paróquia Nossa Senhora de
Copacabana, no Rio de Janeiro, vai sediar, neste sábado, 18, às 20h, a
cerimônia de abertura canônica do processo de beatificação do casal carioca
Zélia e Jerônimo.
Zélia Pedreira Abreu
Magalhães nasceu, em 5 de abril de 1857, no bairro do Ingá, em Niterói, capital
da então Província do Rio de Janeiro. Jerônimo de Castro Abreu Magalhães
(1851-1909) nasceu em Magé, Província do Rio de Janeiro, em 26 de julho de 1851.
Casaram-se, em 27 de julho de 1876, na Barra da Tijuca.
Zélia e Jerônimo tiveram 13
filhos, dos quais quatro faleceram ainda jovens e os outros nove seguiram
ordens religiosas. Após a morte do marido, em 12 de agosto de 1909, Zélia
ingressou na Congregação do Sacratíssimo Coração.
A fama de santidade de Zélia
e Jerônimo espalhou-se pela capital carioca logo após a morte deles. Há alguns
anos, segundo conta o responsável pela Causa dos Santos na arquidiocese do Rio,
Dom Roberto Lopes, a abertura do processo seria apenas para Zélia, que morreu
como monja, com o nome de Irmã Maria do Santíssimo Sacramento. No entanto, com
a verificação da biografia, percebeu-se que Jerônimo também viveu com grandes
virtudes.
“As virtudes heroicas de
Zélia foram justamente por ter sido esposa, com todos os filhos consagrados a
Deus – três sacerdotes e três religiosas. Mas, quando foi se verificar, o seu
marido tinha também grandes virtudes: uma história belíssima de um homem de fé,
que orientou os filhos na fé e na tradição da Igreja, um pai generoso”, relatou
Dom Roberto.
Com a abertura do processo,
Jerônimo e Zélia serão o primeiro casal brasileiro a, possivelmente, receber o
título de beatos da Igreja.
Segundo Dom Roberto, os
postuladores da causa já coletaram inúmeros relatos de fiéis que receberam
graças por intercessão do casal. Todavia, estas, só serão averiguadas
oficialmente após abertura canônica no próximo sábado.
Para o bispo auxiliar do Rio
de janeiro, Dom Roberto Lopes, a principal mensagem que a vida do casal
transmite às famílias de hoje diz respeito à necessidade de educar os filhos na
fé.
“É a grande preocupação que
o Papa Francisco tem apresentado. Tudo na Igreja começa não só no espaço de
culto, mas em casa, na Igreja doméstica. Os pais devem tomar consciência de que
são os primeiros catequistas, são aqueles que devem, com seu exemplo e
testemunho, levar seus filhos para o coração de Deus”, diz o bispo.
“Eu creio que tanto a
biografia de Zélia como de Jerônimo pode ser um grande referencial para o povo
brasileiro, par a América Latina e para a Igreja Universal. Foram pessoas que
tiveram uma experiência profunda com Deus”, completou.
Próximos passos
Com a abertura oficial do
processo de beatificação, começam os trabalhos em torno das obrigações e
celebrações próprias desta etapa. No dia 19, bispos e sacerdotes da
arquidiocese do Rio celebrarão Missas na Igreja de Nossa Senhora de Copacabana.
No dia 20, dentro do encerramento da festa de São Sebastião, às 10h, na
Paróquia de São Sebastião dos Frades Capuchinhos, na Tijuca, serão apresentadas
as relíquias do casal, com a lacração da urna, que receberá o sigilo com as
fitas vermelhas.
“Nós faremos a leitura da
ata elaborada em pergaminho, que está sendo preparado pelas monjas clarissas.
Ao término da celebração, as relíquias serão transladadas para a Igreja Nossa
Senhora da Conceição, na Gávea, onde serão expostas para veneração pública até
o desenvolvimento do processo”, explicou Dom Roberto.
A Arquidiocese do Rio de
Janeiro disponibilizou uma página no Facebook com a biografia do casal Zélia e
Jerônimo, além de fotos e outras informações sobre o processo de
beatificação. [Acesse] .
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