A
Igreja Católica é divina em sua origem, uma vez que Jesus Cristo é seu
fundador, diferentemente de outras igrejas e até mesmo de religiões que têm
fundadores humanos. Não há como não se identificar essa marca diferencial, no
olhar de um simples fiel ou numa investigação criteriosa de um concentrado pesquisador.
Como as demais, a Igreja Católica também é humana, enquanto é constituída de
pessoas. Dessa maneira, nela se revelam, visivelmente, sua natureza divina e
sua face humana. Por isso, é “santa e pecadora”, como reconhece e proclama a
assembleia cristã quando se coloca em atitude de oração. Dado o seu caráter
institucional, a Igreja se rege por disposições canônicas que contemplam estruturas, pessoas e ofícios.
Na
ordem institucional, o olhar administrativo identifica, na Igreja, a Cúria
Romana, Congregações, Conselhos Pontifícios e outros Organismos. Como, porém, a
Igreja não é apenas o Vaticano, por estar espalhada pelo mundo, há Arquidioces,
Dioceses, Prelazias, Administrações Apostólicas, Províncias Eclesiásticas, Conferências
Episcopais e outros entes eclesiásticos, com as atribuições canônica e
pastoralmente previstas. Como é óbvio, as instituições não subsistem sem as
pessoas. Na realidade, não há uma instituição onde não haja pessoas, em seu
respectivo lugar e com sua respectiva função/missão. Desse modo, estão à frente
da Igreja e de seus organismos o Papa, cardeais, arcebispos, bispos, religiosos
e leigos, conforme com seus devidos ofícios.
A
sociedade e o próprio universo eclesiástico acompanham com atenção e interesse o
Pontificado do Papa Francisco, a partir de algumas sinalizações que apontam a
sua direção e de algumas intervenções que já evidenciam a sua linha de ação.
Muitas dessas ações dizem respeito à vida interna da Igreja e, assim, poderiam
passar desapercebidamente perante a sociedade; no entanto, não é isso que se
constata. Nessa matéria, há expectativas e esperanças, uma vez que a palavra da
Igreja, por mandado de Jesus, tem o mundo como destinação e, consequentemente,
sua ação não se restringe aos muros de sua administração. A Igreja Católica, pelas
pessoas e estruturas que constituem o seu corpo e revelam a sua “alma”, fala sempre
ao coração da humanidade e ora o faz positivamente, ora negativamente. Sem
dúvida, o ministério do Papa Francisco está contribuindo para que a Igreja
tenha uma face transparente, perante si e perante o mundo, a fim de chegar àquele
estado de aperfeiçoamento concebido por São Paulo - uma Igreja “toda bela, sem
mancha sem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito.” (Ef 5,27). Essa
busca de transparência começa pela determinação do Papa de enfrentar a realidade
de fatos que provocam “fratura exposta” na Igreja, em razão da conduta
inadequada de alguns de seus membros, no exercício de ofício ministerial ou no
desempenho de atividade profissional.
Todavia, o encantamento da
população pelo Papa Frncisco acontece, sobretudo, ao revelar a face humana e
divina da Igreja em pessoas, de níveis sociais diversos, que se dedicam aos
seus irmãos, diante de suas reais necessidades.
Dom
Genival Saraiva
Bispo
de Palmares - PE
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