Na recente campanha eleitoral, os(as) candidatos(as) apresentaram sua nobre intenção de investir prioritariamente na qualificação das escolas públicas, sobretudo no ensino Fundamental e Médio. A escola em tempo integral comporta atitudes corajosas e investimentos de porte, como a qualificação de professores e alunos, a seleção do material empregado no processo de ensino, de aprendizado e de habilidades, a reforma e a construção de prédios, adaptando-os às novas realidades.
A desqualificação do ensino no Brasil é uma chaga vergonhosa a ser superada. Salvo engano, candidatos(as) não afirmaram onde, precisamente, conseguiriam garantir os recursos humanos, técnicos e financeiros para saldar o compromisso histórico, com quatro décadas de atraso. Não se sabe se os pais estão interessados em cobrar dos prefeitos eleitos a garantia de ensino qualificado para os seus filhos, ou se estão mais interessados em se manter na passiva recepção de bolsas eleitoreiras. A maior dificuldade para a qualificação de nossas escolas públicas é a mentalidade dos pais “que não estão nem aí”. Os pais não se pronunciam, não se organizam nem se mobilizam por uma justa causa.
O senador Cristovam Buarque propõe um anteprojeto de lei penalizando os pais omissos que não acompanharem a trajetória de seus filhos e nem frequentam (alguns) encontros com os diretores e professores escolares, a exemplo das reuniões de planejamento e orientação pedagógica. O maior entrave no processo educacional é a irregularidade da jornada escolar. Professores mal pagos, desconsiderados, tratados como empregados de ínfima categoria, ainda são ameaçados por alunos e por pais omissos, por fora da realidade.
Recente pesquisa revela que 22% das aulas são canceladas. Perda de um dia por semana. Aulas dispersas ou desperdiçadas em até 40% do tempo. Reproduz-se o jargão “finge que ensina, finge que aprende”. Falta profissionalismo e sobram maus-tratos com os profissionais do ensino, com salários desestimulantes. Se as escolas aplicarem ao ensino mais quatro horas diárias ganham 200 dias por ano. O tempo integrado recupera a competência dos alunos. Muitos, saídos do ensino Médio não sabem ler, escrever, nem fazer as quatro operações aritméticas. Escola pública: vai-se por causa da merenda. Pouco se aprende porque pouco se ensina. Isso precisa mudar! Que se aproveite o tempo com ensino atrativo, estimulando os alunos para sua futura vida profissional. Escolas particulares primam pela transmissão dos valores referenciais, incluindo no currículo conteúdos e práticas que transformam alunos em autores do próprio sucesso.







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