O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje em Fátima que os recentes ataques informáticos contra o cardeal-patriarca e os sites da Diocese de Lisboa são uma “ofensa” para a Igreja e a população.
“Esta é uma ofensa coletiva à grandíssima maioria do povo português”, disse aos jornalistas o padre Manuel Morujão, secretário da CEP, após a reunião do Conselho Permanente, considerando a pirataria um ato “condenável” e de “baixo nível”.
Neste caso, frisou, a ação não atingiu apenas o patriarca de Lisboa em particular, “mas todas as pessoas que partilham a sua fé e que são a sua família alargada”.
Uma fotomontagem do cardeal foi publicada na sexta-feira por um grupo de piratas informáticos autointitulados ‘Sidekingdom 12-Portugal’, no site do Patriarcado de Lisboa.
Em causa estariam afirmações de D. José Policarpo, presidente da CEP, proferidas em Fátima, a 12 de outubro, nas quais sustentou que “não se resolve nada contestando, indo para grandes manifestações”.
"A Igreja, concretamente os nossos bispos, a começar pelo presidente da Conferência Episcopal, têm procurado, em diversas circunstâncias, dar ânimo e estar perto das populações, através de inúmeras obras sociais. Atacar alguém que é parte da solução desta angústia, desta tendência à depressão, é uma injustiça", declarou o padre Manuel Morujão.
O porta-voz da CEP considerou que estas palavras foram "mal interpretadas", lembrando que o patriarca de Lisboa “tem defendido as causas do povo”.
“Ele [D. José Policarpo] é o principal responsável pelas notas pastorais recentemente publicadas, onde os nossos bispos se situam geograficamente no continente dos mais pobres e desfavorecidos”, referiu.
O cardeal-patriarca, acrescentou o padre Manuel Morujão, “é alguém que procura que o povo tenha voz, seja respeitado, que os sacrifícios a exigir sejam pedidos àqueles que podem”.
“A austeridade cega não é aconselhável a ninguém”, disse ainda.
Neste contexto, o secretário da CEP alertou para “situações dramáticas” que estão a ser vividas por portugueses que emigraram em busca de emprego e “foram enganados”.
O sacerdote jesuíta adiantou que na reunião de hoje estiveram em análise notas pastorais que vão ser discutidas na próxima assembleia plenária, em novembro, sobre os 90 anos do escutismo ou o Pontifício Colégio Português, entre outros temas.
O Conselho Permanente é um órgão delegado da assembleia dos bispos católicos em Portugal, com funções de preparar os seus trabalhos e dar seguimento às suas resoluções, reunindo ordinariamente todos os meses.
Fonte: Agência Ecclesia
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