Evento aberto ao público e à imprensa debaterá realidade da pobreza no Brasil e
divulgará mensagem exclusiva do Papa Francisco em apoio à mobilização mundial
No próximo dia 10 de
dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira lançarão uma campanha mundial
contra a fome, a pobreza e as desigualdades. Com o tema "Uma família
humana, pão e justiça para todas as pessoas", o lançamento ocorrerá na
sede da CNBB, a partir das 14h, em Brasília (DF).
A campanha faz parte de uma
mobilização mundial da Caritas Internationalis que articulou as164 organizações
membro para esse grande movimento em favor da vida, dos direitos humanos e da
justiça social.
A Cáritas pretende com a
campanha, que vai até 2015, sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre a
realidade da fome, da miséria e das desigualdades no mundo e no Brasil. A
alimentação adequada e de qualidade é um direito humano e por isso deve ser
garantido a todos os cidadãos e cidadãs de forma igualitária.
O Papa Francisco gravou um
vídeo com uma mensagem de cinco minutos em apoio à campanha. As palavras do
Santo Padre serão divulgadas no dia do lançamento. "Não se pode tolerar
mais o fato de se lançar comida no lixo, quando há pessoas que passam fome.
Isto é desigualdade social", disse o Papa em sua primeira Exortação
Apostólica.
Participarão do lançamento
dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), dom Flávio Giovenale, presidente da Cáritas
Brasileira, e Maria Cristina dos Anjos, diretora executiva nacional da Cáritas
Brasileira. Irio Luiz Conti, que falará sobre segurança alimentar e nutricional,
é doutorando em Desenvolvimento Rural na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), mestre em sociologia, teólogo, filósofo, e membro do
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Após o ato de lançamento, o
evento será aberto para entrevistas.
A concentração de renda no
mundo
Segundo a Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), hoje, 842 milhões de
pessoas ainda passam fome no mundo, ou seja, um em cada oito seres humanos.
De acordo com o Relatório da
Riqueza Global, lançado este ano pelo banco suíço Credit Suisse, se a riqueza
produzida no mundo em 2013, que foi de UU$ 241 trilhões, fosse distribuída em
partes iguais entre as pessoas adultas do planeta, cada um iria receber UU$
56.600,00. O relatório ainda aponta que os 10% mais ricos controlam 86% da
riqueza global, enquanto apenas 32 milhões de adultos em um mundo com sete
bilhões de habitantes (0,7), possuem 41% da riqueza mundial. Além disso, dois
terços dos adultos da humanidade - 3,2 bilhões - só conseguem dividir 3% da
riqueza mundial.
A pobreza e as desigualdades
no Brasil
Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é a sexta economia mais
rica do mundo, mas 57 milhões de pessoas ainda vivem em estado de pobreza, ou
seja, sobrevivem com meio salário mínimo. Mesmo com programas de distribuição
de renda promovidos pelo Governo Federal, 20% dos mais ricos ainda detém 63,8%
da renda nacional, enquanto os 20% mais pobres acessam apenas 2,5% de toda a
riqueza que é produzida pelo país.
O "Atlas de Exclusão
Social: os ricos no Brasil", mostra que o país tem mais de 51 milhões de
famílias, mas somente cinco mil apropriam-se de 45% de toda a riqueza e renda
nacional.
Conforme a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), em 2012, em termos absolutos, o estado
da Bahia apresentou maior contingente de pessoas na extrema pobreza, 1.126.897
pessoas, seguido dos estados do Maranhão (924.515), Ceará (718.066), São Paulo
(666.452) e Pernambuco (609.160). Já em termos proporcionais, Maranhão,
Alagoas, Ceará, Bahia e Pernambuco são os que apresentam as maiores taxas.
Consideram-se extremamente pobres àquelas com renda domiciliar per
capta inferior a R$ 70.
Serviço
10 de dezembro de 2013, às
14h
Na sede Nacional da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
SE/Sul Quadra 801 Conjunto
"B" - Brasília (DF).
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