O nome é um elemento de identidade de uma
pessoa. No relacionamento social, todos são conhecidos pelo seu nome. Via de
regra, ninguém escolhe seu nome. Em se tratando das pessoas, isso ocorre antes
do nascimento da criança, por escolha dos pais, cujo ato deve ser formalizado no
Cartório do Registro Civil, por disposições legais.
Na Bíblia, encontram-se muitas pessoas que
tiveram uma missão na história da salvação cujos nomes são conhecidos. A mãe de
Jesus é uma dessas pessoas. No momento da Anunciação, em razão da missão que
recebeu, é saudada pelo Arcanjo Gabriel como “cheia de graça.” O Evangelista
Lucas escreveu: “A Virgem se chamava Maria.” (Lc 1,27) Vendo-a sob os mais
diversos ângulos, no seu culto de veneração, a devoção popular lhe deu muitos
nomes, ao longo dos milênios. Com efeito, há “farta documentação sobre títulos,
invocações de Nossa Senhora, a Senhora dos Mil Nomes. (...) Invocações e
Títulos, no sentido lato, são sinônimos, mas no sentido restrito, invocações
são chamamentos e títulos, honrarias.” São muitas as invocações e inúmeros os títulos
que estão nos lábios dos fiéis católicos, em sua oração à Virgem Maria.
Referem-se tanto à sua missão na história da salvação - Mãe de Deus, Imaculada
Conceição, Virgem Maria -, a uma razão particular da devoção do povo - Nossa
Senhora das Graças, dos Remédios, do Perpétuo Socorro -, ou ao lugar de suas
aparições - Nossa Senhora de Guadalupe, Lourdes, Fátima.
Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, o
culto que é dirigido unicamente a Deus - latria (adoração) - se distingue
daquele que é dirigido aos santos - dulia; como dentre os santos e santas
sobressai a pessoa de Maria, o culto que lhe é prestado - hiperdulia -
representa uma especial veneração dos católicos. Da compreensão dessa natureza
diversa do culto de latria, dulia e hiperdulia, é oportuno salientar que o
culto aos santos e à Virgem Maria não distancia as pessoas de Deus. Ao tratar
do lugar de Maria na obra da redenção, ensina o Concílio Vaticano II, na
Constituição Dogmática Lumen Gentium: “Um só é o nosso Mediador segundo as
palavras do Apóstolo: ‘porque um só é Deus, também há um só Mediador entre Deus
e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou para redenção de todos’ (1Tm
2,5-6). Todavia a materna missão de Maria a favor dos homens de modo algum
obscurece nem diminui esta mediação única de Cristo, mas até ostenta sua
potência, pois todo o salutar influxo da Bem-aventurada Virgem a favor dos
homens não se origina de alguma necessidade interna, mas do divino beneplácito.
Flui dos superabundantes méritos de Cristo, repousa na Sua mediação, dela
depende inteiramente e dela aufere toda a força. De modo algum impede, mas até
favorece a união imediata dos fiéis com Cristo.”
Maria, portanto, é uma intercessora da
humanidade junto a Deus. Exerceu esse papel já enquanto estava na terra, basta
que se tenha presente o contexto em que Jesus realizou seu primeiro milagre,
nas bodas de Caná. (cf. João 2,1-11) O mês de maio é, particularmente, caro aos
católicos por lhes ensejar a oportunidade de vivenciar sua devoção mariana nas
formas pastorais que são cultivadas nas comunidades.
Dom
Genival Saraiva
Bispo
de Palmares - PE
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