quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Artigos: Os sujeitos e tarefas da conversão pastoral (III)


Queridos irmãos e irmãs!
Na conversão pastoral da paróquia, desejada pela Igreja no Brasil, após ser mostrada a responsabilidade dos bispos, ocupa um lugar importante os presbíteros. Em primeiro lugar, a consciência da missão dos presbíteros se chega através do reconhecimento de que o padre não é um mero delegado ou um representante, mas um dom para a comunidade à qual serve. Todo presbítero é chamado a ser padre-pastor, dedicado, generoso, acolhedor e aberto ao serviço na comunidade (CNBB. Comunidade de comunidades, uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia. Doc. 100, n. 199). Essas são atitudes que renovam o ministério presbiteral, que proporcionam a conversão pastoral, pois significa uma postura missionária do presbítero. Ainda mais, acolher bem as pessoas, exercer sua paternidade espiritual sem distinções, renovar a sua espiritualidade, cultivar uma profunda experiência de Cristo vivo, ter espirito missionário, ser animador da vida espiritual e evangelizador, capaz de promover a participação, tudo isso fará do presbítero um sacerdote apaixonado pelo Senhor, condição indispensável para renovar a paróquia, conforme explicita o Documento de Aparecida (cf. DAp, n. 201). Especialmente, os párocos são chamados a terem novas atitudes, buscando, sobretudo um espírito missionário: ser um homem de Deus que fez e faz uma profunda experiência de encontro com Jesus Cristo. O documento da CNBB, inspirado em Aparecida, reconhece que somente assim, como discípulo missionário é que o pároco poderá ir ao encontro dos afastados de sua comunidade e não se limitar aos aspectos da administração, perdendo suas forças numa pastoral de conservação. O apelo dos bispos é que os presbíteros sejam servidores do seu povo, apontando para a preocupação com a formação permanente e a formação nos seminários, em sintonia com a visão pastoral que considera a paróquia uma comunidade de comunidades (cf. nn.199-205).
A Igreja reconhece o bem que os diáconos permanentes realizam nas dioceses. Também eles são responsáveis pela conversão paroquial. Eles explicitam a presença servidora de Cristo, e constitui-se como sinal da unidade eclesial. Tanto o Documento de Aparecida, como o documento da CNBB apontam para uma missão dos diáconos permanentes junto às comunidades eclesiais, especialmente nas fronteiras geográficas e culturais, como nas chamadas comunidades não-territoriais, como atendimento a dependentes químicos, a universidades, hospitais (cf. n. 206).
Também os religiosos e religiosas, bem como os membros de Institutos Seculares, são chamados a participar ativamente da renovação paroquial. Ela se dá pela própria importância do carisma de consagração, que deve levar sempre à comunhão: “o apostolado dos consagrados e consagradas [...] implica referência e comunhão com a diocese e seu plano pastoral, principalmente para aqueles que assumem paróquias, pois elas fazem parte da Igreja local”. É preciso que “as famílias religiosas se sintam e atuem em plena comunhão pastoral com a Igreja Particular, evitando toda ação paralela” (n. 209).
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo metropolitano de Natal

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