quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Chegam ajudas ao Chifre da África, mas crise continua

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Nesta segunda-feira, 8, o Chifre da África (região Nordeste do continente que compreende países como Somália, Uganda, Sudão, Etiópia e outros) recebeu uma ajuda organizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Em entrevista à Rádio Vaticano, o administrador apostólico de Mogadíscio, capital da S
omália, dom Giorgio Bertin, disse que a ajuda é positiva para a região, mas que outras colaborações anteriores também chegaram.
“É o primeiro avião do ACNUR, mas não devemos esquecer que o Programa Mundial de Alimentação já na semana passa tinha enviado aviões. Este é um aspecto positivo, especialmente para a área de Mogadíscio, onde tem havido um grande afluxo de pessoas deslocadas pela penúria e fome”, informou.
O Chifre da África vem sofrendo nos últimos meses com a fome, a seca, conflitos e alta dos preços dos alimentos. A crise na Somália, por exemplo, já matou 30 mil crianças de fome e já é considerada a pior dos últimos 60 anos. A falta de ajuda alimentar deixa 3,6 milhões de pessoas sob o risco da fome no sul do país. No total, mais de 12 milhões de pessoas estão sentindo os efeitos da estiagem, a pior em décadas. Os dados são da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do ACNUR.
A crise amenizou na Somália, segundo o bispo de Mogadíscio, após o governo de transição daquele país, oferecer anistia aos milicianos islâmicos de Shabaab (grupo ligado à Al Qaeda). Para ele, a iniciativa foi outro ponto positivo. “Isso significa, sobretudo, que se procura recuperar aquelas pessoas que acabaram nas fileiras dos Shabaab, provavelmente não muito convencidas, e que não tinham o que comer. E então, por si só esse gesto por parte do governo de transição é um gesto conciliador, que provavelmente poderá atingir um número grande pessoas entre os Shabaab”, disse.
Cerca de 400 mil refugiados somalis, quase 5% de toda a população do país, encontram-se acampados em Mogadíscio e áreas ao redor. Aproximadamente 100 mil pessoas chegaram somente em junho e julho, segundo a ONU.
Cáritas Internacional
Ainda nesta semana será anunciado pela Rede Internacional da Cáritas o plano de operação para ajuda à região. A primeira ação de emergência, que já começou e vai até o próximo dia 30 de setembro, custará 20 milhões de euros e levará auxílio a pelo menos 300 mil pessoas.  Além da Somália, o plano de ação também está em curso no Gibuti, no Quênia, na Etiópia e na Eritreia.
Por CNBB/Radio Vaticano

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