A Copa do Mundo no Brasil avança e proporciona
uma confraternização entre as diferentes nações, culturas e línguas. As
indevidas gerências políticas no esporte e os interesses meramente econômicos
não conseguiram tirar do futebol seu brilho. O povo cada vez mais surpreende
manifestando sua força em vista do bem comum. As manifestações populares
espantam muitos políticos brasileiros, ao levantarem temas diversos e pedirem
uma política de qualidade. Os governantes e legisladores devem uma atenção
prioritária às necessidades da população. Precisam superar o atual modo de
fazer política através de conchavos em função de interesses próprios.
É triste constatar que o susto das
manifestações ocorridas no Brasil já foi vergonhosamente superado pela classe
política. Temos conhecimento de tudo que é mais absurdo na face da terra. Todos
os bons princípios foram esquecidos. “Ficha suja” é apresentada à luz do dia
como “ficha limpa”. Inúmeros conchavos, acordos, destratos, acertos financeiros
movidos pelas inspirações interesseiras de poder particular, familiar ou grupo
são visíveis. Não apresentam projetos concretos de superação das injustiças
sociais. Os políticos vivem distantes do povo e só se aproximam nas vésperas
das eleições.
As manifestações são os jogos que
devem balançar as urnas. O voto consciente é o gol que reconstrói a nossa
sociedade. O ambiente desta Copa do Mundo deve contribuir para o povo exprimir
sua vontade política em vista do bem comum e dizer não à corrupção desenfreada
e até defendida por muitos. Uma característica do corrupto é viver obstinado
com as suas coisas. Será que isso não existe, atualmente? O dinheiro do
contribuinte continua sumindo no ralo da corrupção. Olhemos as condições de
sofrimento, exclusão social, violência e injustiça, em que vivem muitos
brasileiros.
É preciso que entremos em campo para
garantir as mudanças necessárias na consolidação de uma cidadania inclusiva, de
modo a garantir que a sociedade possa participar e exercer o poder político. O
povo precisa mobilizar-se para participar criticamente no processo eleitoral a
fim de que a política esteja a serviço do bem e para fortalecer as iniciativas
populares que propõem reformas no sistema político brasileiro. Não podemos
simplesmente delegar alguém para tomar decisões em nosso nome. Precisa mudar
essa prática da política brasileira. Necessitamos de uma mudança no modo como
são conduzidas as eleições, para não corrermos o risco de ver limitado o poder
transformador do nosso voto. Corramos em busca de uma verdadeira reforma
política no nosso país. É importante reafirmarmos que há esperança. E cheios de
esperança não nos deixamos manipular nunca. O jogo continua no campo da Copa do
Mundo e das eleições no Brasil. Esta oportunidade de fazer gol em favor da vida
não seja perdida. Que o nosso jogo no dia a dia aponte um amadurecimento
político verdadeiro. Não nos cansemos de contribuir para a cidadania e acabar
com tantas injustiças sociais. Assim, sairemos todos vitoriosos. Acredite!
Dom Francisco de Assis Dantas
de Lucena
Bispo de Guarabira e
Secretário do Regional NE2
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