O desafio de anunciar o Evangelho
na era digital e através da convergência de mídias foi discutido na manhã desta
quinta-feira, 7, durante o Curso de Comunicações para bispos. O evento segue
até amanhã, 8, e tem despertado o interesse dos epíscopos pela comunicação para
além dos veículos tradicionais.
Reconhecer o ambiente digital
como espaço pastoral foi uma das proposições do teólogo e editor da revista italiana La Civiltà
Cattolica, padre Antonio Spadaro. O teólogo ressaltou a urgência em se
pensar e pôr em prática a Pastoral Digital. Assim como as tantas pastorais
existentes na Igreja, esta criaria comunidades eclesiais com experiências e
relações humanas permitindo e valorizando a participação das pessoas. “As Redes
Sociais não só transmitem mensagem, mas criam relações. A Igreja é chamada a
construir humanidade”, afirmou o teólogo.
Padre Spadaro lembrou que a comunicação e o
testemunho se complementam. “As palavras do papa Francisco sempre vêm
acompanhadas de gestos. Se você não dá testemunho, as pessoas não entendem.
Comunicar significa testemunhar. O anúncio do Evangelho que não passa por uma
vida autêntica não transmite confiança”, explicou.
O professor e doutor em Ciências das
Comunicações, Elson Faxina, refletiu com os bispos sobre “Convergências
midiáticas na era da cultura digital”. Faxina iniciou a conferência com uma
dinâmica que mexeu, literalmente, com os bispos. Todos em pé movimentaram o
corpo num exercício físico e de espiritualidade.
O jornalista reafirmou a busca das pessoas
pela inserção numa comunidade. “Quando eu entro na internet, eu estou não só
procurando outro, mas esta é uma busca de si no outro. Não mudou nada na
vontade de pertencimento com a era da cultura digital. Tudo é como antes. O que
há é uma pluralização de meios, o que mudou foi a forma de comunicar”, disse.
Faxina deixou um questionamento: “Em nossa
diocese a gente está usando a convergência de mídias para que as pessoas sintam
essa sensação de pertencimento? A participação é a forma que temos das pessoas
se sentirem gente.” E acrescentou: “Os veículos de comunicação da Igreja
precisam fazer a ponte com o nosso plano de pastoral. A rádio interagir com o
jornal, com a televisão. A reportagem não é discurso. É história de vida. Temos
ainda que inserir os jovens. Aproveitar e estimular o interesse e talento deles
em relação às novas tecnologias”, afirmou.
Fonte: Renata Gabrielle
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