Aproximam-se as
eleições políticas de nossa pátria. Cada brasileiro é convidado a exercer o
direito do voto. Voto é direito e dever. Dever de todos. Todos, de qualquer
idade e condição. Conheço gente de 87 anos de idade, que irá exercer dignamente
seu direito-dever de votar.
Nas cartilhas que
fizemos em nossas duas dioceses (Parnaíba e Maceió) sempre repetimos: Voto é
dever pessoal e responsável. Voto não se vende. Voto não se compra. Voto não
angaria proteção. Voto não paga favores.
As pesquisas de
opinião, agora quase diárias e largamente difundidas pelos poderosos meios de
comunicação, antecipam o resultado das eleições e influenciam enormemente na
escolha de muitos eleitores. São aqueles que usam expressão totalmente
equivocada: “Eu não vou perder meu voto.” E assim votam naquele que as
pesquisas apontam como vencedor e nunca naquele que eles consideram melhor, mas
que as pesquisas indicam que não vencerá. É uma grosseira confusão com a
corrida de cavalos, na qual, se vota no que parece que será o vencedor, para depois participar do
prêmio.
O que poucos conhecem é o sistema vigente no Brasil
das eleições para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara dos
Vereadores. É a chamada eleição proporcional. É um sistema de eleição, no qual o número total de votos, obtido por
todos os partidos e coligações é dividido pelo número de cadeiras da Câmara
Federal, da Assembleia ou da Câmara dos vereadores, obtendo-se assim o chamado
quociente eleitoral. Cada partido (ou coligação) terá direito a tantas vagas,
quantas vezes repetir o quociente eleitoral. Os candidatos mais votados desse
partido ocuparão as vagas, conquistadas por seu partido, na ordem da votação
por eles obtida. Assim pode acontecer, como ocorreu no Recife nas últimas
eleições municipais, que por força desse sistema, um candidato não se elegeu,
embora tivesse mais votos que outros
quatro, que se elegeram, porque o
partido deles dispunha de mais cadeiras. Portanto, em última análise, o eleitor
vota primariamente no partido e, só secundariamente, no candidato de sua
escolha. Foi esse processo que permitiu aberrações, como o caso do doutor
Enéas, há anos atrás, e mais recentemente o fenômeno Tiririca, com tantos
eleitos não por seus próprios votos, mas pelos votos dados ao palhaço-deputado.
O Pró-Vida de Anápolis aconselha aos eleitores o
que ele chama de método PPP, isto é,
considerar o Partido do candidato, seu Passado político e suas Promessas
efetivas...
Concluo, repetindo que o voto é um dever e cabe à
consciência de cada um exercê-lo livre e conscientemente.
Dom Edvaldo G. Amaral S.D.B.
Arcebispo emérito de Maceió.
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