A política não pode ser ignorada. É um instrumento necessário para a
organização da vida social. Por isso, o eleitor tem direito de conhecer claro e
verdadeiramente quem receberá o seu voto. Saber o seu partido, o seu passado e as
suas propostas. Voto consciente é dado com conhecimento.
A propaganda eleitoral e as pesquisas não cumprem com suas finalidades cidadãs
de dar a conhecer perfis de candidatos, suas propostas e programas. Apresentam-se
com pouca qualidade formativa. Os discursos com ataques recíprocos não são convincentes.
Um não é melhor por desprestigiar o outro, sustentando inverdades e seguindo na
contramão de um caminho construtivo. Um discurso depreciativo para indicar que
o outro é pior vicia o cenário eleitoral e as relações construtivas entre
pessoas e instituições. A autopromoção pela via da desqualificação do outro não
contribui para o exercício da cidadania. As incontáveis promessas e mecanismos buscam
conquistar a simpatia dos eleitores. Precisa-se mudar esse cenário vergonhoso
de exclusão social e solucionar os problemas graves que se arrastam no Brasil.
A política deve ser compreendida
como uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. Nas
eleições de 2014, estão em jogo os cargos de Presidente da República, um
Senador por Estado, Deputados Federais, Governador do Estado e Deputados
Estaduais, dando-nos a oportunidade de aperfeiçoar a democracia através do voto
consciente e livre contra a corrupção e a favor da honestidade. Isso, sim, garante à sociedade o
seu direito de exercer democraticamente o poder político, melhorando a
representação. ´
É importante
reafirmarmos que há esperança. Condenar todo abuso do poder econômico nas
campanhas eleitorais e a compra de votos. Dizer não à corrupção. Participar na
edificação do bem comum, escolher bons governantes e legisladores e acompanhar o
exercício de seus mandatos.
O
político precisa ter credibilidade para representar o povo, governar, legislar
e administrar o patrimônio e o dinheiro público. Deve ser comprometido com o
bem comum e não, apenas, com interesses privados ou de grupos restritos. O
exercício do poder político é um serviço ao povo e ao País. Programa e partido
sejam a favor da justiça, do pleno respeito pela vida humana, à família,
segundo o plano de Deus, e aos princípios da própria fé e moral.
A política partidária
é um espaço nobre de atuação dos cristãos leigos, que podem exercer seu direito
e dever de cidadania, orientados pelos princípios da fé cristã. Não usar os
templos, lugares de culto e eventos religiosos para a propaganda eleitoral
partidária. Deve-se valorizar a liberdade de consciência e as escolhas autônomas
dos cidadãos. A religião não é ‘cabresto político’, nem as comunidades eclesiais
‘currais eleitorais’.
Não basta apenas
escolher um nome. O voto tem conseqüências. Não votar nulo nem deixar de comparecer
às urnas. As eleições garantem o exercício nobre da cidadania. Nesta reta final
da Campanha Eleitoral, não mude sua opinião em razão de pesquisas eleitorais
nem em troca de favores. Acreditemos num mundo justo e solidário. Somos
corresponsáveis pelo presente e futuro do nosso País e de nossos irmãos e
irmãs.
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)
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