A festa de Pentecostes celebra, sobretudo, a
terceira pessoa da Santíssima Trindade, o divino Espírito Santo, a alma da
Igreja. Não se pode conceber vida cristã nem Igreja sem a presença e ação do
Espírito Santo. Nós cremos no Espírito Santo, “que procede do Pai e do Filho e
com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”.
Esta
festa reúne a todos e conclui o Tempo Pascal, cinquenta dias entre o Domingo da
Ressurreição e o Domingo de Pentencostes. É o contrário de Babel. No Espírito
Santo, espírito de amor e unidade, todos podem entender-se. Há uma variedade de
dons, mas todos eles a serviço da unidade. Cada pessoa recebe o dom de
manifestar o Espírito para a utilidade de todos. Pelo batismo, o Espírito gera
um só Corpo, o Corpo de Cristo, sem distinção de pessoas.
O Espírito Santo vem
e é acolhido por Maria e os Apóstolos reunidos em oração, no cenáculo, por
ocasião da festa hebraica de Pentecostes. Os sinais de sua presença são
destacados. O Espírito ilumina e anima os discípulos, levando-os a superar o
medo e a anunciar o Evangelho. Ele une os que falavam línguas diferentes,
fazendo-os compreender a pregação dos Apóstolos, “pois cada um ouvia os
discípulos falar em sua própria língua” (At 2,8). Portanto, quem recebe o
Espírito Santo promove a unidade e testemunha o Evangelho, com coragem e
alegria.
É no Espírito que
Cristo habita realmente em nós, desde o nosso batismo, e faz crescer sua
presença em nós em cada eucaristia, quando comungamos o corpo e o sangue
daquele Senhor, que é pleno do Espírito. Só no Espírito podemos dizer que
Cristo permanece em nós e nós permanecemos nele; só no Espírito podemos dizer
que já não somos nós que vivemos, mas Cristo vive em nós, com seus sentimentos,
suas atitudes e sua entrega ao Pai. Por isso, somente no Santo Espírito nossa
vida pode ser vida em Cristo, vida de santidade.
Mas, o Espírito, além
de agir em cada cristão, age na Comunidade como um todo, edificando a Igreja,
fazendo-a sempre corpo de Cristo. Antes de tudo, ele vivifica a Igreja com a
vida do Ressuscitado, incorporando sempre nela novos membros, fazendo-a crescer
mais na plenitude de Cristo. Depois, ele suscita incontáveis ministérios,
carismas e dons. É o Espírito que mantém esta variedade em harmonia e unidade,
para que tudo e todos contribuam para a edificação do corpo de Cristo, que é a
Igreja.
Pentecostes não pode
ficar restrito à Liturgia, mas deve se prolongar no dia a dia através da vida
no Espírito. É preciso deixar-se conduzir pelo Espírito Santo para discernir a
vontade de Deus, produzir os frutos que ele espera de nós e assumir a missão de
evangelizar, com ânimo renovado.
Necessitamos sair ao
encontro de todos, especialmente dos que mais sofrem, para compartilhar a
alegria do Evangelho. Cada um, cada grupo, cada movimento, cada pastoral, cada
serviço, cada comunidade, na harmonia da Igreja, se dirija ao Pai com Jesus
pedindo a renovação da efusão do Espírito Santo. Também, hoje, como no dia do
seu nascimento, a Igreja invoca juntamente com Maria: Vinde, Espírito Santo,
enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”.
Dom
Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)
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