É preciso jogar. O jogo é expressão
de liberdade, um convite à amizade e à valorização da pessoa. A Copa do Mundo
de Futebol é a festa que, no campo e na vida, deve construir uma Cultura do
Encontro. O futebol não é somente um esporte, uma forma de entretenimento; é,
na raiz, um instrumento para comunicar valores, promover o bem da pessoa humana
e ajudar a formar uma sociedade pacífica e fraterna. É a festa da solidariedade
entre os povos e as culturas.
A 20ª Copa do Mundo, que ocorre entre
os dias 12 de junho e 13 de julho de 2014, reunindo 32 seleções e realizando 64
jogos nas diferentes regiões brasileiras, será vitoriosa se promover a paz no
esporte, no campo e na vida, respeitando o outro, seja companheiro ou
adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo nem na vida. Para vencer,
precisa-se dizer não ao individualismo, ao egoísmo, a qualquer forma de
racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. O futebol
deve ser sempre uma escola de construção para uma Cultura do Encontro, que
permita a paz e a harmonia entre as pessoas. É uma oportunidade de conhecer e
estar com os outros. Ajudar uns aos outros, para competir na estima recíproca e
crescer na fraternidade.
O esporte é importante para a saúde
e, também, para o completo desenvolvimento pessoal. Jogar não somente favorece
o corpo, mas também o espírito, contribuindo para o desenvolvimento completo e
harmônico da personalidade. O futebol proporciona alegria ao espírito, oferece
oportunidade de diversão e de proximidade aos outros. O esporte não é só jogar,
é também procurar o bem, na Igreja e na sociedade, sem medo, com coragem e
entusiasmo, envolver-se com os outros e com Deus, dar o melhor de si,
oferecendo a própria vida por aquilo que realmente vale a pena e que dura para
sempre.
É inegável o significado da Copa do
Mundo de Futebol, nesta segunda edição no Brasil, para o povo brasileiro e o
seu impacto social. Precisa-se jogar diferente. A alegria do campo de futebol
deve chegar às ruas. Que jogadores e torcedores pela vida, pela justiça e pela
paz, possam construir uma Cultura do Encontro. O grito das ruas e dos campos de
futebol deve continuar ecoando neste país do futebol após a Copa. Os esforços
para preparar e realizar a Copa do Mundo, no nosso país, devem permanecer após
a Copa a construir a justiça social para se obter uma paz verdadeira e
duradoura. O jogo das eleições no nosso país deve oferecer recursos destinados
às políticas que atendam às necessidades do povo.
A Copa Mundial de Futebol é a grande
festa do esporte e capaz de construir uma Cultura do Encontro. A disposição de
cada um sair de si e ouvir o outro. O encontro com o outro anima o coração.
Sejamos construtores de uma verdadeira Cultura do Encontro. Seria o maior
legado da 20ª Copa do Mundo realizada no Brasil.
Dom Francisco de Assis
Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira
(PB)
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