sábado, 21 de junho de 2014

Artigo: O futebol a serviço de uma Cultura do Encontro



            É preciso jogar. O jogo é expressão de liberdade, um convite à amizade e à valorização da pessoa. A Copa do Mundo de Futebol é a festa que, no campo e na vida, deve construir uma Cultura do Encontro. O futebol não é somente um esporte, uma forma de entretenimento; é, na raiz, um instrumento para comunicar valores, promover o bem da pessoa humana e ajudar a formar uma sociedade pacífica e fraterna. É a festa da solidariedade entre os povos e as culturas.  

            A 20ª Copa do Mundo, que ocorre entre os dias 12 de junho e 13 de julho de 2014, reunindo 32 seleções e realizando 64 jogos nas diferentes regiões brasileiras, será vitoriosa se promover a paz no esporte, no campo e na vida, respeitando o outro, seja companheiro ou adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo nem na vida. Para vencer, precisa-se dizer não ao individualismo, ao egoísmo, a qualquer forma de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. O futebol deve ser sempre uma escola de construção para uma Cultura do Encontro, que permita a paz e a harmonia entre as pessoas. É uma oportunidade de conhecer e estar com os outros. Ajudar uns aos outros, para competir na estima recíproca e crescer na fraternidade.

            O esporte é importante para a saúde e, também, para o completo desenvolvimento pessoal. Jogar não somente favorece o corpo, mas também o espírito, contribuindo para o desenvolvimento completo e harmônico da personalidade. O futebol proporciona alegria ao espírito, oferece oportunidade de diversão e de proximidade aos outros. O esporte não é só jogar, é também procurar o bem, na Igreja e na sociedade, sem medo, com coragem e entusiasmo, envolver-se com os outros e com Deus, dar o melhor de si, oferecendo a própria vida por aquilo que realmente vale a pena e que dura para sempre.

            É inegável o significado da Copa do Mundo de Futebol, nesta segunda edição no Brasil, para o povo brasileiro e o seu impacto social. Precisa-se jogar diferente. A alegria do campo de futebol deve chegar às ruas. Que jogadores e torcedores pela vida, pela justiça e pela paz, possam construir uma Cultura do Encontro. O grito das ruas e dos campos de futebol deve continuar ecoando neste país do futebol após a Copa. Os esforços para preparar e realizar a Copa do Mundo, no nosso país, devem permanecer após a Copa a construir a justiça social para se obter uma paz verdadeira e duradoura. O jogo das eleições no nosso país deve oferecer recursos destinados às políticas que atendam às necessidades do povo.

            A Copa Mundial de Futebol é a grande festa do esporte e capaz de construir uma Cultura do Encontro. A disposição de cada um sair de si e ouvir o outro. O encontro com o outro anima o coração. Sejamos construtores de uma verdadeira Cultura do Encontro. Seria o maior legado da 20ª Copa do Mundo realizada no Brasil.

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Guarabira  (PB)


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