A Quaresma é tempo de confessar-se. A confissão é uma
maravilhosa oportunidade para curar o coração, a alma e o mal cometido. O
sacramento da confissão, também chamado de Penitência ou Reconciliação, precisa
ser celebrado assiduamente. Somos todos pecadores e, se não reconhecemos os
nossos pecados, não poderemos alcançar o perdão de Deus.
O nosso pedido de perdão não é um simples pedido de
desculpas. É estar consciente do pecado praticado. Pois, Deus perdoa sempre,
mas requer também nosso perdão. Não perdoar é fechar a porta do coração ao
perdão de Deus. Essa porta deve estar sempre aberta para o perdão de Deus entrar
e a fim de podermos perdoar os outros.
O pecado é uma ofensa a Deus; somente Ele pode perdoá-lo!
Jesus, que é Deus, tem o poder de perdoar os pecados: “O Filho do homem tem o
poder de perdoar os pecados sobre a terra” (Mc 2,10). Este poder, ele concedeu
à Igreja, para que o exerça em seu nome: “Tudo isso vem de Deus, que nos
reconciliou consigo por Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação”
(2Cor 5,18); “Em verdade vos digo: tudo
quanto ligardes na terra será ligado no céu e tudo quanto desligardes na terra
será desligado no céu” (Mt 18,18).
Estes textos bíblicos são claros: o Cristo, único que
pode perdoar os pecados, deu à sua Igreja o poder de perdoar os pecados em Seu
nome. É importante compreender que o padre não é dono do sacramento da
reconciliação, é servidor, ministro: ele somente pode perdoar em nome de Cristo
e da Igreja. Então, não pode extrapolar o poder à autoridade que a Igreja lhe
concedeu. Os confessores e penitentes estão sujeitos à lei do sigilo
sacramental.
O pecado provoca sempre uma ferida não só em nós mesmos,
mas também em todo o Corpo de Cristo, que é a Igreja. Assim, o perdão nos
restitui a amizade de Deus, a sua graça em nós, dando-nos a verdadeira paz
interior.
O Papa Francisco nos ensina, com simplicidade e clareza:
“Alguém poderá dizer: ‘Eu me confesso diretamente a Deus’. Sim, tu podes dizer
a Deus: ‘Perdoa-me’, e dizer a ele teus pecados. Mas nossos pecados são também
contra os nossos irmãos, contra a Igreja, e por isso é necessário pedir o
perdão à Igreja e aos irmãos, na pessoa do sacerdote. ‘Mas, padre, tenho
vergonha! Também a vergonha é boa, é ‘saudável’ ter um pouco de vergonha.” (Audiência na
Praça de São Pedro, 19/02/2014). Ele tem
convocado a Igreja no mundo inteiro a dedicar 24 horas ininterruptas ao Senhor
nos dias (sexta-feira e sábado) que antecedem o Domingo da Alegria, o IV
Domingo da Quaresma. Então, todas as Dioceses, paróquias e comunidades de
fiéis são chamadas para a oração e confissão nas "24 horas para o Senhor". Ele mesmo
tem dado sinais da importância da Confissão para nossas vidas.
Na Diocese de Guarabira, na V Semana da Quaresma, de 23 a
27 de março de 2015, acontecem os mutirões de confissões por Regiões Pastorais.
Os sacerdotes se reúnem, vez por vez, em cada paróquia, incluindo aí todas as
suas comunidades, para que todos os sacerdotes dessa área atendam as confissões
ao maior número de fiéis. Vamos nos dedicar, com grande empenho, no atendimento
das confissões. Aproveitemos dos “mutirões de confissão” e confessemos os
nossos pecados sem julgar ninguém. Lembre-se: “Quem sou eu para julgar”? Que
o Senhor nos dê a graça de ver nossos pecados, reconhecê-los humildemente e
confessá-los sinceramente, para celebrarmos verdadeiramente a Páscoa que se aproxima.
Dom Francisco de Assis Dantas
de Lucena – Bispo de Guarabira(PB)
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