Dom Genival no dia de sua ordenação sacerdotal, em 1965.
O Bispo Emérito da
Diocese de Palmares e Ex-presidente do Regional NE 2, Dom Genival Saraiva de França, celebrou neste dia 1º de
janeiro o seu jubileu de ouro sacerdotal. Lá se foram 50 anos desde aquela
entrega definitiva no altar da Catedral de Campina Grande-PB.
Dom Genival foi ordenado
padre em 1965 e seu bispo ordenante foi Dom Manuel Pereira da Costa. Escolheu
como lema para a vida sacerdotal: “Sacerdote a serviço do povo de Deus”.
Ordenado Bispo em 23 de
setembro de 2000, em Campina Grande, Dom Genival escolheu como lema episcopal
“Pro hominibus constituitur”, que significa “Constituído em favor dos homens”,
confirmando a marca e expressão de sua atividade presbiteral no serviço à
Igreja e aos homens.
Nesta
quinta-feira, 1º, Dom Genival renovou a sua consagração em uma celebração de
ação de graças na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande, no
mesmo lugar onde entregou sua vida a Deus. O Bispo presidirá ainda outras
quatro celebrações.
Dom
Genival concedeu entrevista ao portal A12 e falou sobre sua trajetória ao longo
desses 50 anos, das pessoas que ajudaram a formar a sua vocação e da graça de
Deus sempre operante em sua vida. Ao celebrar essa data, Dom Genival se
reconhece como um “instrumento” do amor de Deus aos homens.
Confira a entrevista:
A12 - Olhando para o passado, qual o “painel de experiência
humana” que o senhor vê diante de si ao completar o seu jubileu de ouro
sacerdotal?
Dom Genival Saraiva - A celebração do meu Jubileu Áureo Sacerdotal remonta ao meu itinerário formativo que, no início, levando em consideração as circunstâncias do lugar em que vivia - Alcantil, um lugarejo do cariri paraibano - e do tempo, década de 50, não contou, sequer, com um “recrutamento vocacional”, expressão utilizada, em tempos passados, pelas pessoas que se ocupavam com o trabalho vocacional; considero minha vocação pura graça de Deus. Nesse “painel de experiência humana”, encontro o tempo de formação na Escola Apostólica dos Padres Salesianos, em Jaboatão/PE, para onde fui conduzido por um sacerdote salesiano, recém-ordenado, Pe. Severino Caetano da Silva, que Deus colocou, providencialmente, na minha estrada; na sequência, muito devo aos Seminários onde realizei os estudos de nível ginasial, médio e superior - Olinda/PE, João Pessoa/PB e Viamão/RS -, cujas marcas, por serem substanciais, subsistem, existencial e pastoralmente, na minha mente e no meu coração. Aí estão presentes formadores, colegas de seminário, famílias, comunidades; enfim, um universo humano inscrito na minha sensibilidade, com o registro da gratidão.
Obviamente,
o Jubileu me remete à minha Ordenação Presbiteral, no dia 1º de janeiro de
1965, mediante a Imposição das mãos e a Prece de Ordenação de Dom Manuel
Pereira da Costa, meu ex-Reitor e então Bispo Diocesano de Campina Grande. O
Sacramento da Ordem, no grau presbiteral, me configurou a Cristo, sacerdote,
profeta e rei, dando-me a graça de agir “in persona Christi”.
O
sacerdócio é uma vocação que se realiza, ao longo do tempo, através de seu
exercício ministerial, em favor do povo de Deus. Nesse sentido, testemunho que
“esse painel de experiência humana”, além de muito gratificante, sob o prisma
humano, me coloca, reconhecido diante do plano de Deus que quis se valer de mim
para ser “um instrumento” de seu amor, junto a pessoas que encontrei no meu
ministério, a grupos que acompanhei no meu trabalho e a instituições que fazem
parte de minha história de vida. “Tudo é graça”, também digo ao celebrar este
Jubileu Sacerdotal.
A12 - Qual o agradecimento que
o senhor eleva neste dia especial?
Dom Genival Saraiva - Na vida de qualquer pessoa, sem dúvida, há sempre razões para agradecer. Numa perspectiva puramente humana, o agradecimento tem a linguagem da delicadeza, da fineza, da grandeza, em razão da presença de alguém ou de algo significativo nas relações humanas, familiares e sociais. Aqui, quero incluir todas as pessoas da família, da escola, da catequese e da convivência que me deram condições de nascer e crescer num clima cristão e na prática da fé católica. Entre essas pessoas estão meus pais e irmãos, meus formadores, meus três Reitores, depois Bispos, presenças essenciais em minha vida ministerial: Dom Manuel Pereira da Costa - Ordenação Sacerdotal, Dom Luís Gonzaga Fernandes e Dom Ivo Lorscheiter - Ordenação Episcopal. Chamado por Deus, pela mediação da Igreja, no ano 2000, fui nomeado e ordenado para exercer o ofício de Bispo Diocesano da Diocese de Palmares.
Dom Genival Saraiva - Na vida de qualquer pessoa, sem dúvida, há sempre razões para agradecer. Numa perspectiva puramente humana, o agradecimento tem a linguagem da delicadeza, da fineza, da grandeza, em razão da presença de alguém ou de algo significativo nas relações humanas, familiares e sociais. Aqui, quero incluir todas as pessoas da família, da escola, da catequese e da convivência que me deram condições de nascer e crescer num clima cristão e na prática da fé católica. Entre essas pessoas estão meus pais e irmãos, meus formadores, meus três Reitores, depois Bispos, presenças essenciais em minha vida ministerial: Dom Manuel Pereira da Costa - Ordenação Sacerdotal, Dom Luís Gonzaga Fernandes e Dom Ivo Lorscheiter - Ordenação Episcopal. Chamado por Deus, pela mediação da Igreja, no ano 2000, fui nomeado e ordenado para exercer o ofício de Bispo Diocesano da Diocese de Palmares.
No
“painel de experiência humana”, incorporo esse rico tempo de exercício do
ministério episcopal que, pela natureza sacramental e pastoral, faz parte de
minha vida e da vida das pessoas; em razão da benevolência de Deus, esse tempo,
por certo, é objeto de uma leitura mais profunda do que os registros que deixei
nos Livros de Tombo da Diocese. Na condição de Bispo Emérito, desde 1º de junho
passado, com a graça de Deus, espero continuar sendo um “Sacerdote a serviço do
povo de Deus.”
Na
celebração de um Jubileu Sacerdotal, com a marca de 50 anos, há um olhar mais
significativo do agradecimento porque, necessariamente, contempla a dimensão da
graça. O agradecimento primeiro e maior dirige-se Deus, autor da graça da
vocação, da ordenação, da perseverança e da fidelidade. Por ter plena
consciência de sua presença na minha vida, agradeço a assistência materna de
Maria, a quem recorro, constantemente, em minha oração. Na vida ministerial,
não segui caminhos especiais, diferentes daqueles percorridos por meus irmãos
sacerdotes e, como eles, igualmente, eu conheci a linguagem da “noite escura”,
em momentos dessa história cinquentenária de serviço à Igreja. Isso acontece
porque, afinal, como qualquer pessoa, o sacerdote não vive protegido por uma
“redoma de vidro”, em sua caminhada.
Todavia,
mais do que fases de penumbra, mais do que momentos de escuridão, na vida de um
sacerdote sempre se revela a luz de Deus, para situá-lo diante de
interrogações, interpelações e posicionamentos que surgem em sua história, em
alguns casos, na direção oposta ao seu ministério.
Por
isso, ao celebrar o Jubileu Áureo Sacerdotal, agradecido, testemunho, como o
salmista, que Deus é bom e que seu amor, sendo eterno, se revela, de muitas
maneiras, no tempo de todos nós: “Celebrai o Senhor, porque ele é bom; pois
eterno é seu amor.” (Sl 118,1).
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