Com a agudeza
intelectual e a precisão teológica de sempre, o Card. Joseph Ratzinger ao sugerir ao Papa João Paulo II a inclusão
de mulheres na Comissão Teológica
Internacional, em 9 de fevereiro de 2004,
justificou: “Omitir a mulher do conjunto da teologia significa negar a
criação e a eleição (a história da salvação) e, por conseguinte, suprimir a Revelação”. Esta comissão havia sido criada pelo Papa
Paulo VI, hoje beato, em 11 de abril de 1969, com a finalidade de ajudar a
Congregação romana para a doutrina da fé, no exame das questões doutrinais de
maior importância e atualidade, mas até aquele
ano de 2004, não contava entre seus membros nenhuma teóloga. As duas primeiras,
indicadas por Ratzinger e nomeadas por São João Paulo, foram: uma religiosa
norte-americana Sara Butler e uma leiga alemã Bárbara Hallensleben.
Acontece que
agora o Cardeal Gehard Müller, presidente daquela Comisssão, acaba de
apresentar ao Papa Francisco, e já aprovados
para o novo qüinqüênio (2014-2019) os nomes de cinco mulheres, para
integrarem a comissão. Duas são religiosas e três leigas, todas professoras em
seminários de teologia.
De acordo com a
informação do L´Osservatore Romano, o jornal do Vaticano, são elas:
A Irmã Mary Prudence Alley, nascida em 1940 no Estado americano de Nova
Iorque, em Oneida. Tornou-se católica aos 24 anos de idade e pertence às Irmãs
Sisters of Mercy. È professora no Seminário Teológico São João Vianney em
Denver, no Colorado. Tem várias obras teológicas publicadas e espera-se para
breve seu novo livro: The Concept of
Woman: Search for communion of persons – “ O conceito de Mulher – uma pesquisa para a comunhão de
pessoas”.
A outra religiosa
é a Irmã Alenka Arko, nascida em 1966 na Eslovênia, hoje residente na Rússia. É
membro da Comunidade Loyola e estudou na Universidade de Liubliana e no
Instituto Oriental de Roma, diplomando-se em teologia oriental. Na Universidade
Gregoriana de Roma, doutorou-se em teologia com uma tese sobre O homem interior segundo S.Gregório Nisseno.
Ensinou teologia no Seminário de S. Petersburgo, no Seminário
interdiocesano do Cazaquistão e na Universidade Lateranense de Roma, quando
trabalhava na Rádio Vaticano.
As leigas são: Moira Mary McQueen, nascida na
Escócia, mas hoje cidadã canadense,
presidente do Instituto Católico do Canadá para a bioética. Perita em
ética sexual, é professora em vários seminários de Hamilton e Toronto. Tem
várias obras publicadas sobre o fim da vida, tecnologias reprodutivas, genética
e saúde mental.
A outra leiga é Tracey Rowland, casada, nascida em
1963 na Austrália, estudou nas Universidades de Queensland, Melbourne, Londres
e Cambridge (teologia filosófica) e na Universidade Lateranense de Roma, onde
se doutorou em sagrada teologia. Professora em Melbourne, é hoje presidente do Instituto João Paulo II para o matrimônio
e a família. Entre seus muitos escritos publicados, destaca-se: “a Fé de Ratzinger – Teologia do Papa Bento
XVI, que foi traduzido para o português, espanhol e polaco.
{segue na 2ª página)
A alemã Marianne Schlosser, outro membro da
Comissão Teológica Internacional, nasceu na Baviera em 1959 e doutorou-se na
Universidade de Munique. Professora de teologia da espiritualidade em Viena,
seu interesse de pesquisa é a espiritualidade da era patrística e medieval,
sobretudo nas Ordens Mendicantes: Franciscanos e Dominicanos. É especialista em
S. Catarina de Sena e co-editora das fontes franciscanas em língua alemã.
È
o reconhecimento oficial da Igreja do valor da mulher e da necessidade de sua presença nos órgãos supremos de sua
doutrina e de suas decisões.
Dom Edvaldo G. Amaral SDB - Arcebispo emérito de Maceió.
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