“Eu vi a opressão do meu povo, ouvi seu grito de
aflição” (cf. Ex 3,7)
O
Setor Pastoral Social se solidariza com as famílias acampadas no perímetro
irrigado Jaguaribe-Apodi, homens e mulheres que cultivam a terra para prover o
sustento de suas famílias e das cidades com alimentos saudáveis.
Entendemos que
a propriedade da terra deve cumprir a sua função social, conforme a Carta Magna
grifa em seu artigo 5
inciso XXIII. Assim sendo, o direito de 800 famílias deve prevalecer em
detrimento aos das empresas nacionais/multinacionais que ocupam áreas da União
na divisa CE/RN, degradando-as, através
do uso indiscriminado de agrotóxicos, contaminando os parcos recursos hídricos
da região, priorizando sobremaneira a produção de frutas para a exportação.
O Governo
Federal, que tem por obrigação realizar a Reforma Agrária mediando os conflitos
agrários, encontra neste momento a oportunidade ímpar de realizá-la, elevando o
seu pífio desempenho que nos últimos dez anos se limitou ao assentamento de apenas
611 mil famílias campesinas em todo o país. É imperativo e urgente que esta oportunidade
seja valorizada como forma de demonstrar que a Reforma Agrária é possível e
viável, desde que se tenha vontade política em realizá-la.
Por fim, lembramos
o nosso saudoso Dom Tomás Balduíno, incansável defensor dos direito dos
trabalhadores e trabalhadores do campo, ratificamos que também queremos uma
sociedade justa que respeite os direitos dos Povos da Terra e
reiteramos o nosso apoio às famílias acampadas, reconhecendo nelas o direito inalienável
de poder habitar e produzir nesta terra dada por Deus.
Recife, 15 de
maio de 2014
Dom José Luis
Sales CSsR – Bispo Referencial das Pastorais Sociais do NE 2
Marcos Bezerra
– Articulador das Pastorais Sociais do NE 2
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