segunda-feira, 19 de maio de 2014

Setor Pastoral Social da CNBB NE 2: Nota de Apoio aos Agricultores e Agricultoras da Chapada do Apodi




“Eu vi a opressão do meu povo, ouvi seu grito de aflição” (cf. Ex 3,7)

                O Setor Pastoral Social se solidariza com as famílias acampadas no perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi, homens e mulheres que cultivam a terra para prover o sustento de suas famílias e das cidades com alimentos saudáveis.

Entendemos que a propriedade da terra deve cumprir a sua função social, conforme a Carta Magna grifa em seu artigo 5 inciso XXIII. Assim sendo, o direito de 800 famílias deve prevalecer em detrimento aos das empresas nacionais/multinacionais que ocupam áreas da União na divisa CE/RN,  degradando-as, através do uso indiscriminado de agrotóxicos, contaminando os parcos recursos hídricos da região, priorizando sobremaneira a produção de frutas para a exportação.

O Governo Federal, que tem por obrigação realizar a Reforma Agrária mediando os conflitos agrários, encontra neste momento a oportunidade ímpar de realizá-la, elevando o seu pífio desempenho que nos últimos dez anos se limitou ao assentamento de apenas 611 mil famílias campesinas em todo o país. É imperativo e urgente que esta oportunidade seja valorizada como forma de demonstrar que a Reforma Agrária é possível e viável, desde que se tenha vontade política em realizá-la.

Por fim, lembramos o nosso saudoso Dom Tomás Balduíno, incansável defensor dos direito dos trabalhadores e trabalhadores do campo, ratificamos que também queremos uma sociedade justa que respeite os direitos dos Povos da Terra e reiteramos o nosso apoio às famílias acampadas, reconhecendo nelas o direito inalienável de poder habitar e produzir nesta terra dada por Deus.

Recife, 15 de maio de 2014

Dom José Luis Sales CSsR – Bispo Referencial das Pastorais Sociais do NE 2
Marcos Bezerra – Articulador das Pastorais Sociais do NE 2


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