Nós, pais de família,
formadores, professores, devemos muito aos ensinos do psicoterapeuta e pedagogo
Içami Tiba, que emprega a sua vida na orientação de crianças e, principalmente,
de adolescentes. Sua obra “Disciplina, o limite na medida certa” oferece um
roteiro de grande valor para enfrentar desafios e contradições com os quais nos
deparamos na sociedade de consumo. Pela própria designência, o consumismo cria
falsas necessidades nas pessoas, sem exceção. Em função do lucro, criam-se
modas e condicionamentos vinculados à imagem. O objetivo é faturar, unicamente.
Diante desse fato consumado, os pais que se virem para educar seus filhos que,
desde muito cedo, crescem sob a influência direta dos veículos de propaganda.
É
preciso insistir junto aos pais na possibilidade real de exercer autoridade e
muito amor, firmeza e bondade, orientação de rumos aos mais novos, criando
mentes sadias, com convicções profundas do que deva ser feito para o bem
pessoal e coletivo, familiar e social. Os pais podem e devem evitar falsas
necessidades que, desde cedo, manifestam-se em seus filhos. Se não for superada
a mentira, a personalidade do filho corre o risco de deformação complexa. Nesse
sentido, a Palavra de Deus diz claramente que o pai que poupa a correção ao seu
filho não ama o seu filho de verdade.
Orientadores atualizados
refazem determinadas opiniões pedagógicas que vêm se demonstrando
insuficientes, falhas e prejudiciais. Não se deixa um filho “livre e solto”,
aprendendo por si mesmo. A tendência será a criação de necessidades advindas da
sociedade de consumo, tal são o seu fascínio e o domínio que ela exerce sob as
mentes ainda não formadas, em fase de busca do sentido da vida. Daí os pais
devem estabelecer claramente possibilidades e limites, dando exemplos fáceis da
criança compreender e aceitar: amor, respeito, gratidão, consideração pelo
valor dos outros, honestidade...
Pais,
evitem contradizer-se entre o que são, o que fazem e o que tentam transmitir
com autoridade discreta e digna. Nunca mintam nem “enfeitem” a verdade aos
filhos, pois arranjos mal feitos não têm consistência e confundem a cabeça das
crianças. O pulso firme e a serenidade caminham lado a lado, sobretudo nos
acordos junto aos filhos. Evite “medir forças” com os filhos, pois em pouco
tempo será preciso rever posicionamentos e reagir ante as contradições e os
percalços da vida. Aliás, a vida muda, os sentimentos mudam, as pessoas mudam
diante de circunstâncias. A verdade deve ser buscada. A verdade liberta-nos.
Nesse sentido, os Mandamentos da Lei de Deus nos orientam!
Dom Aldo Pagotto
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
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