terça-feira, 17 de setembro de 2013

Gestão eclesial

Historicamente, a Igreja sempre tem cuidado da formação dos agentes e animadores que atuam em muitas frentes de sua ação pastoral. Uma exemplificação pode ser encontrada nas iniciativas promovidas, com regularidade, pelas Dioceses e Paróquias.
 Essa atenção está igualmente presente em outras instâncias, como o Regional Nordeste 2 , ao promover ou sediar diversos momentos formativos em 2013: Encontro fraterno dos Bispos, em Fazenda Nova – PE, em junho, Congresso Regional de Humanização e Pastoral da Saúde, em Conde – PB, em julho, Nordestão dos Presbíteros, em agosto, em Natal – RN, Mutirão de Comunicação - Muticom, em Natal - RN, em outubro, Congresso de Liturgia, em novembro, em Igarassu - PE, Nordestão de Animação Bíblico-Catequética, em Maceió - Al, em novembro. Dada a comprovada necessidade de formação de agentes nessa importante face da vida da Igreja – a administração eclesiástica -, a Arquidiocese da Paraíba promoveu a realização do III Congresso de Gestão eclesial, em João Pessoa, em setembro. 
A formação permanente de seus recursos humanos faz parte da prática de uma instituição que preza o seu nome, sua história e sua finalidade. Em se tratando de uma instituição eclesiástica, é impensável admitir-se que não se coloque isso como uma prioridade. De sua parte, os seus agentes e animadores sempre manifestam o interesse de atualização constante. 
As pessoas devem ter o desejado grau de maturidade e a qualificação pertinente. Isso se aplica, claramente, ao universo eclesiástico. Assim sendo, a administração eclesiástica pressupõe e exige personalidades amadurecidas a quem são confiados bens espirituais e temporais. Por outro lado, embora a intuição e o bom senso sejam componentes constatados na administração dos bens eclesiásticos, não se pode prescindir da contribuição da ciência da administração e das técnicas de gestão. Sem dúvida, este é o diferencial de uma instituição eclesiástica: pelas mãos de seus gestores circula o dom da graça de Deus ao seu povo.
Hoje, como se sabe, em razão dos postulados da justiça social, uma instituição eclesiástica, como qualquer outra, tem a obrigação de cumprir seus deveres no tocante à regularidade do pagamento de salários e ao recolhimento dos encargos sociais de seus funcionários; em face das muitas disposições da legislação tributária, é obrigada a ter a contabilidade atualizada. Os seus gestores, portanto, têm deveres canônicos, perante as diversas instâncias da comunidade, uma vez que realizam atividades nas mais diversos setores da administração eclesiástica. Têm obrigações civis diante da sociedade, daí a necessidade de uma ação que revele ética e transparência. Têm obrigações contábeis, tributárias e fiscais perante os poderes públicos cujos prazos devem ser cumpridos na data prevista.
Nessa matéria, nada pode relativizado, sob pena de se comprometer a natureza da administração dos bens eclesiásticos e de se ferir a prática da gestão idônea de comunidades, paróquias, dioceses, sociedades e institutos de vida consagrada. Por todas as razões, a gestão eclesial, pela lisura de seus atos, deve merecer a credibilidade dos fiéis e assim, por sua transparência, passa a ter o respeito da sociedade.

Dom Genival Saraiva

Bispo de Palmares - PE

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